Cabo Verde, ancorar- se á "economia-tecnológica"  condição caminho para alcaçar auto suficiência alimentar e diminuir  dependência...
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Cabo Verde, ancorar- se á "economia-tecnológica" condição caminho para alcaçar auto suficiência alimentar e diminuir dependência...

Cabo Verde frente á realidade de uma “globalização em declínio” e das consequencias e mesmo reviravolta impulsionada pelas tensões da geopolítica, tem o dever e hoje a capacidade em capital humano de envolver-se para a inovação tecnológica lançando, modestamente, mas á nossa maneira, mesmo por questão de sobrevivencia, as condições para edificar bases de desenvolvimento socioeconómico das nove ilhas habitadas, porque sabemos que nada será como antes neste mundo em transformação que não nos deixa antever, nenhuma pista de como será o amanhã !!

Cabo Verde vive a consequência da “dissociação econômica” entre um mundo dividido em nações “ricas-industrializadas” e nações candidatas a desenvolvimento sem recursos, ou seja, entre países com sistemas econômicos e tecnológicos avançados e países sujeitos a imensas restrições econômicas, financeiras, tecnológicas e sociais.

Defacto, os países desenvolvidos fomentaram a “globalização econômica”, convencidos de que suas condições de economias ricas e industrializadas os transformariam em “beneficiários naturais” desse processo. Ou seja, eles concordaram em se envolver com pequenas economias em desenvolvimento, mas o fizeram com a presunção de que isso serviria basicamente para torna-los mais poderosos, pela simples razão de serem detentores de sistemas econômicos e tecnológicos avançados…

A tese e vontade dos “ricos ocidentais”, não contavam nem com a Covid-19, que paralizou a “economia planetaria” e fez um “stop” na criação de valor e transporte de pessoas e bens por via marítima e aérea. Também os industriais ocidentais, ficaram atrapalhados com a incorporação de bilhões de asiáticos e mesmo milhares de africanos, ao mercado de trabalho global, no contexto de uma corrida por baixos preços produtivos, e deslocalizações de indústrias do norte para para o sul que afinal, fez das nações mais industrialiadsa, o elo mais fraco dos dois grupos: os “Industrializados Ocidentais” e os “Emergentes do Sul”. Com efeito, a deslocalização industrial e transferencia de tecnologia, transformou o mundo ocidental em fortaleza sob cerco, trazendo não apenas trauma e polarização para suas sociedades, mas alimentando o surgimento de poderosos movimentos populistas dentro delas. A grande vitória dos emergentes do sul e de outra banda foi claramente personificada pelos “BRICS” (Brasil, Russia, India, China e África do Sul”, mas quem rodou em alta e verdadeira velocidade foi a da China, que em poucas décadas saltou de uma periferia econômica assolada por deficiências para se posicionar na vanguarda da supremacia econômica e tecnológica mundial…

Vivemos todos, grandes e pequenos, a crise das cadeias de abastecimento globais trazidas pela Covid e o ressurgimento da geopolítica e o confronto entre as grandes potências, a “Guerra inesperada, na Ucrania” como marca dos novos tempos.

Nesse contexto, aqui em Cabo Verde, devemos estar atentos e saltar sem vacilar para a adpção de inovação e a tecnologia como condição optimal para mudar o “status quo”, porque as nações ocidentais industrializadas vivem a consequência da “deslocalização industrial” e a busca por menores custos produtivos no exterior, que serviu de base para a “globalização”, perdeu muito de seu significado. Por que se preocupar com o trabalhador de baixo custo ou do prestador de serviços mais barato em terras distantes, quando a alta tecnologia permite que você encontre rentabilidade praticamente em casa, portanto sem se expatriar?

Cabo Verde frente á realidade de uma “globalização em declínio” e das consequencias e mesmo reviravolta impulsionada pelas tensões da geopolítica, tem o dever e hoje a capacidade em capital humano de envolver-se para a inovação tecnológica lançando, modestamente, mas á nossa maneira, mesmo por questão de sobrevivencia, as condições para edificar bases de desenvolvimento socioeconómico das nove ilhas habitadas, porque sabemos que nada será como antes neste mundo em transformação que não nos deixa antever, nenhuma pista de como será o amanhã !!

A força expansiva de novos materiais associados à nanotecnologia. Os avanços na tecnologia genômica na área da agricultura, seriam complementados por cooperativas ou exploração agricolas verticais e cultivo robótico, (a Rwanda faz isso) fariam baixar as importações (de horticulas, vegetais, produtos agro-pecuarios…), e seriamos nós mesmos a responder às demandas da nossa própria indústria turística, favorecendo, também, a vontade de alcance de auto suficiencia alimentar…

O crescente desenvolvimento de fontes de energia limpa e veículos elétricos reduziria cada vez mais a dependência de combustíveis fósseis estrangeiros. As cadeias de valor globais, onde os serviços de baixo custo nos países em desenvolvimento desempenham um papel fundamental, seriam no nosso caso, encurraladas pela tecnologia digital.

Em suma, as economias tecnológicas para pequenos paises arquipelágicos sem recursos criam condições e capacidade de transformarmo-nos, sem dúvida alguma, em economia mais autossuficiente e muito menos dependente…

 

miljvdav@gmail.com

 

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