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A fina linha
Colunista

A fina linha

1. O mundo está a travar inúmeras batalhas! Cabo Verde, sendo parte do mundo, também está a travar inúmeras batalhas! É preciso lembrar o quanto a história de Cabo Verde tem sido uma história de luta permanente, sendo que, mais uma vez, no próximo domingo, dia 25 de outubro, todos os filhos de Cabo Verde, assim como os residentes estrangeiros, são chamados a lutar pelo seu próprio destino num campo de batalha em que há três desafios a serem enfrentados: a injustiça na distribuição de riquezas do Estado através da câmara municipal; os efeitos da pandemia da Covid-19 e o próprio papel do Estado, uma vez que câmara municipal é Estado. Tudo na perspetiva autárquica, como o momento exige!

2. Mas, antes de irmos aos três grandes desafios, é chegada a hora de questionarmos a nós mesmos, a cada um de nós, qual tem sido e qual vai ser – no dia das eleições, com o nosso voto – o contributo que vamos dar para a construção do futuro da história destas ilhas. Sim, porque votar – ou não votar – é isso mesmo: tomar parte na construção do futuro;

3. Logo à partida, nós assumimos de forma clara: defendemos maior justiça na distribuição de riquezas, daí sermos a favor da absoluta e total transparência na gestão dos recursos da câmara municipal – por isso teremos sessões da Assembleia Municipal com transmissão “live” e contas da câmara disponíveis a tempo inteiro online – para todos terem acesso! Ao promover a transparência estaremos a dar um dos mais importantes passos no combate à corrupção que é, simplesmente, o maior promotor do desequilíbrio na distribuição de recursos, sejam os do Orçamento Municipal, sejam os recursos relacionados com terrenos existentes!

4. Em segundo lugar, nós tiramos lições importantes da pandemia da COVID-19: vamos reforçar as instituições coletivas nos bairros, empoderando associações locais e afinando os mecanismos de solidariedade entre moradores, mas também a nível de resposta da Câmara Municipal da Praia: planos preventivos traçados e testados; bombeiros municipais motivados e devidamente equipados e em número razoável; devida cooperação e coordenação com a proteção civil e todas as forças vivas do município, entre os quais as ordens profissionais de arquitetos e engenheiros;

5. Por fim, defendemos que é preciso revolucionar, cortar com más práticas e inovar: a Câmara Municipal da Praia tem de assumir um papel de coadjuvante, de promotor, para poder dar espaço à sociedade civil, seja ela, artística, empresarial, desportiva, cultural, juvenil ou outra. A Câmara Municipal da Praia só pode ser ator para defender e desbravar novos caminhos, inovando, designadamente, com a criação do Instituto Politécnico da Praia e a Incubadora da Praia, assumindo um firme combate pelo desemprego jovem; ou lutando para que os emigrantes que vivem na diáspora possam vir a votar em futuras eleições autárquicas!

6. É o que se espera de uma câmara onde está instalada a capital do país: capacidade de liderança, de inovação e de construção de referência para o país no seu todo. A Câmara Municipal da Praia tem de estar na “boca do mundo” por boas e afamadas razões. Por isso, a escolha do voto de cada um de nós, é também isto, a escolha de qual o lado em que queremos nos posicionar. É a escolha entre a defesa da transparência ou da corrupção; do humanismo ou do desprezo pelas pessoas; entre travar uma luta para mudar o rumo da nossa sociedade praiense ou deixar-se à sombra. É uma fina linha.

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Redação