Covid-19. Autoridades encerram 32 estabelecimentos na Praia em 10 dias
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Covid-19. Autoridades encerram 32 estabelecimentos na Praia em 10 dias

Serviços de Proteção Civil encerraram 32 estabelecimentos comerciais na cidade da Praia em ações realizadas durante 10 dias no mês de julho, anunciou esta terça-feira, 4, o presidente daquela instituição, indicando que os bares são os estabelecimentos com mais incumprimentos.  

Em conferência de imprensa, na cidade da Praia, para apresentar os resultados de ações realizadas entre 06 e 16 de julho, Renaldo Rodrigues adiantou que foram fiscalizadas 105 estabelecimentos comerciais na capital do país e que 32 foram encerradas, por não respeitarem todas as regras sanitárias impostas para evitar a propagação do novo coronavírus.

O presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB) disse que dos 32 estabelecimentos encerrados, a maioria (72%) são bares no bairro de Achada de Santo António, o mais populoso do país.

Falta de sistema de higienização à entrada e de espaço suficiente para promover o distanciamento físico alguns dos incumprimentos detetados pelas autoridades cabo-verdianas, ainda segundo Renaldo Rodrigues, indicando, por outro lado, que cerca de 95% dos funcionários dos estabelecimentos usam máscaras.

Por outro lado, o presidente da Proteção Civil deu conta ainda que 17% dos estabelecimentos comerciais da cidade da Praia apresentam um “funcionamento deficiente”, com falhas ainda no sistema de filas e na ventilação.

Dos estabelecimentos fiscalizadas, as autoridades cabo-verdianas concluíram que 23% tem bom funcionamento, enquanto os restantes apresentam um “funcionamento razoável”, ainda segundo o líder institucional.

Outra preocupação tem sido o consumo de bebidas alcoólicas em bares depois das 21 horas, o horário estabelecido para o funcionamento desses estabelecimentos comerciais.

“É uma prática que nós estamos atentos e lá onde tivermos que agir, agiremos sem contemplações e com todo o rigor para que sejam respeitadas todas as determinações do Governo nesse sentido”, garantiu Renaldo Rodrigues, indicando que mais de 200 pessoas foram notificadas.

As ações de fiscalização diurna e noturna aos estabelecimentos comerciais têm sido realizadas pela Proteção Civil, em coordenação com a Polícia Nacional, Forças Armadas, Inspeção Geral das Atividades Económicas (IGAE), Inspeção Geral do Trabalho (IGT) e Entidade Reguladora e Independente da Saúde (ERIS).

Uma das maiores dificuldades, segundo o presidente, é a falta de dados sobre a transmissibilidade indireta por bairros da capital do país, para as autoridades poderem focalizar e localizar melhor a abordagem.

“Sabemos que nem todos os bairros estão na mesma situação, mas há bairros que interessa-nos ter informações mais precisas para podermos também direcionar e quebrar a cadeia de transmissão, caso seja esse o caso”, apelou, esperando ter os dados da Direção Geral da Saúde.

Além da Praia, essas ações, intensificadas aos fins de semana, têm sido realizadas na Assomada, também na ilha de Santiago, no total até agora de 200 estabelecimentos fiscalizados, bem como na ilha do Sal, com 66 operações e 10 estabelecimentos encerrados.

“Ainda estamos na fase do empurrar para que em todas as ilhas haja uma fiscalização mais efetiva, tem estado a acontecer em algumas ilhas com maior predominância”, sublinhou Renaldo Rodrigues, indicando que há uma equipa em São Nicolau, outra das três ilhas com casos ativos de covid-19, além de Santiago e Sal.

Cabo Verde regista um acumulado desde 19 de março de 2.583 casos positivos de covid-19, com 1.911 recuperados, 25 óbitos e dois estrangeiros transferidos para os países de origem. 

Em África, há 20.629 mortos confirmados em mais de 970 mil infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 694 mil mortos e infetou mais de 18,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Com Lusa

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