A Polícia Judiciária deteve na tarde desta sexta-feira, 27, três indivíduos na cidade de Assomada - o condutor do presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina, um irmão deste e um homem tido como segurança particular de edil Beto Alves - acusados por alguns cidadãos de ameaças de morte, durante a campanha eleitoral de 25 de Outubro. Durante as buscas domiciliares foram encontradas três armas de fogo. Os suspeitos devem ser apresentados ao Tribunal ainda este sábado.
A detenção aconteceu no final da tarde de ontem e vem na sequência de queixas de pelo menos três pessoas que, ainda durante a campanha eleitoral de Outubro passado, acusaram o condutor do presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina, um irmão do edil e um individuo que é tido como segurança pessoal de Beto Alves, de os terem publicamente ameaçado de morte. Um dos queixosos é Olavo Cabral, cidadão que denunciou o caso nas redes sociais, colando essas ameaças na altura a motivações políticas, porquanto ele apoia o PAICV e os três ora detidos seriam do staff de campanha do MpD.
O Ministério Público, com base em provas documentais - por exemplo, mensagens trocadas nas redes sociais - e testemunhais, ordenou a abertura de uma investigação que culminou com buscas domiciliares, por ordem do juiz, efetuadas na casa dos três suspeitos. Durante a operação de busca, ocorrida também ontem, a Polícia Judiciária encontrou três armas de fogo na residência de dois dos suspeitos.
Todos eles foram detidos e devem ser levados ao Tribunal, para a legalização da prisão, ainda neste dia de sábado, segundo disse ao Santiago Magazine, o procurador da Comarca de Santa Catarina, Nilton Moniz.
"Pessoas fizeram denúncias em como foram ameaçados por esses indivíduos e que estes estavam na posse ilegal de arma de fogo. É um processo normal como qualquer outro. O Ministério Público instruiu o processo, promoveu as diligências, o juiz autorizou as buscas e foram encontradas três armas na casa de dois dos suspeitos. Essas armas estão na posse da PJ para averiguar do seu calibre etc..", informa Nilton Moniz, acrescentando, em jeito de justificação pela detenção do terceiro elemento, que as provas não se resumem às buscas e porte de arma.
O magistrado, que não quis revelar detalhes do processo, recusa relacionar este caso com a campanha eleitoral ou com a política. "Pessoas querem levar este caso para o campo político, mas eu, enquanto procurador, não me movo por estas questões. Foi cometido um crime, quer dizer, houve denúncia de que estavam na posse de arma e a ameaçar pessoas. Por isso, para mim, não interessa se aconteceu durante a campanha, se a vítima for do MpD ou o do PAICV para mim é irrelevante. Ou seja, foram feitas denúncias em que cidadãos afirmam que foram ameaçadas com arma de fogo. O MP abriu instrução, ouviu quem achou que deveria ouvir, promoveu as buscas autorizadas pelo juiz, e, encontradas as armas, os indivíduos foram detidos".
Nilton Moniz adianta ainda que os três suspeitos serão apresentados ao juiz este sábado, 28, para aplicação da medida de coação.
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