
A Comissão Permanente da Assembleia Nacional (AN) autorizou hoje a audição do deputado António Monteiro (UCID), a pedido do Tribunal da Relação do Barlavento, como testemunha no caso do advogado e deputado Amadeu Oliveira.
Assim, conforme decisão da juiz-presidente do colectivo que julga a causa, proferida na tarde de terça-feira, 20, durante a audiência de discussão e julgamento, a inquirição do deputado António Monteiro ficou agendada para segunda-feira, 26, as 15:00.
O deputado Démis Almeida (PAICV), por seu lado, foi inquirido na qualidade de testemunha indicada pela defesa do arguido na terça-feira, 21.
No passado dia 16, a Assembleia Nacional classificou em comunicado de imprensa de “absolutamente falso” que tivesse demorado em autorizar a audição dos deputados António Monteiro e Démis Almeida, a pedido do Tribunal da Relação do Barlavento, arrolados como testemunhas no processo que envolve o advogado Amadeu Oliveira.
Na altura indicou que relativamente ao pedido de autorização para a audição do deputado Démis Almeida (PAICV), enquanto uma das testemunhas arroladas no processo-crime ordinário, o mesmo foi autorizado pela Comissão Permanente no passado dia 02 de Setembro e que o tribunal foi informado desse facto no dia 05 do mesmo mês.
Em relação ao deputado António Monteiro (UCID), a mesma fonte sinalizaou que a Assembleia Nacional recebeu o pedido do Tribunal da Relação do Barlavento no passado dia 07 de Setembro e que os trâmites legais “estão em curso dentro dos prazos estabelecidos” e conforme o Estatuto dos Deputados.
O advogado Amadeu Oliveira está acusado de um crime de atentado contra o Estado de Direito, um crime de coacção ou perturbação do funcionamento de Órgão Constitucional e dois crimes de ofensa a pessoa colectiva.
Foi detido no dia 18 de Julho de 2021 e dois dias após a detenção, o Tribunal da Relação do Barlavento, sediado em São Vicente, aplicou a prisão preventiva ao então deputado nacional eleito nas listas da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) pelo círculo eleitoral de São Vicente.
No dia 14 de Fevereiro, como resultado de uma Audiência Preliminar Contraditória, Amadeu Oliveira foi pronunciado nos crimes que vinha acusado e reconduzido à Cadeia Central de São Vicente onde continua em prisão preventiva.
Em 29 de Julho, a Assembleia Nacional aprovou, por maioria, em voto secreto, a suspensão de mandato do deputado, pedida em três processos distintos pela Procuradoria-Geral da República (PGR), para o poder levar a julgamento.
Em causa estão várias acusações que fez contra os juízes do Supremo Tribunal de Justiça e a fuga do País do condenado inicialmente a 11 anos de prisão por homicídio – pena depois revista para nove anos – Arlindo Teixeira, em Junho do ano passado, com destino a Lisboa, tendo depois seguido para França, onde está há vários anos emigrado.
Arlindo Teixeira era constituinte de Amadeu Oliveira, forte contestatário do sistema de Justiça cabo-verdiano, num processo que este considerou ser “fraudulento”, “manipulado” e com “falsificação de provas”.
Amadeu Oliveira assumiu publicamente, no parlamento, que planeou e concretizou a fuga do condenado, de quem era advogado de defesa, num caso que lhe valeu várias críticas públicas.
 Os comentários publicados são da inteira responsabilidade do utilizador que os escreve. Para garantir um espaço saudável e transparente, é necessário estar identificado.
 O Santiago Magazine é de todos, mas cada um deve assumir a responsabilidade pelo que partilha. Dê a sua opinião, mas dê também a cara.
 Inicie sessão ou registe-se para comentar.
Comentários