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Bombeiros da Praia com serviços mínimos. Requisição civil ainda sem autorização do Governo
Sociedade

Bombeiros da Praia com serviços mínimos. Requisição civil ainda sem autorização do Governo

São já 21 dias que a cidade da Praia conta com os serviços mínimos dos bombeiros municipais, que entraram em greve por tempo indeterminado. A requisição civil formalizada pela Câmara Municipal da Praia continua ainda sem autorização do governo, situação que se afigura perigosa, tendo em conta a época das chuvas e o risco que normalmente a cidade corre nestas ocasiões.

Em nota datada de 5 de agosto – 5 dias após o arranque efetivo da greve – cujo teor Santiago Magazine teve acesso, a Câmara Municipal da Praia (CMP) solicita uma requisição civil ao Governo de Cabo Verde, para fazer face à greve dos bombeiros municipais.

Na messiva, o presidente da Câmara Municipal, Francisco Carvalho, escreve que “o número de sapadores efetivos disponibilizados pelo Sindicato, são manifestamente insuficientes para assegurar os serviços mínimos indispensáveis para acorrer a satisfação de necessidades impreteríveis, in casu, o atendimento em situações de emergência, a prevenção, a segurança e o socorro às populações, a segurança da aviação civil, fundamentais à proteção da vida, da integridade física e patrimonial dos cidadãos, à paz social e coletiva”, pelo que entende necessário socorrer-se da requisição civil enquanto mecanismo legal previsto para garantir a proteção de pessoas e bens, na cidade e no país.

Ademais, argumenta Carvalho, “no período e época em que o país e a cidade atravessam, ainda, em situação de rescaldo pandémico e, em pleno período pluvial, em que os riscos se acentuam exponencialmente em virtude das exposições a vulnerabilidades próprias de significativas frangas das populações e munícipes”, ciente de que “o piquete de serviços mínimos de sapadores postos pelo sindicado à disposição do Município da Praia, é absolutamente insuficiente, para garantir, os mínimos desejáveis em situações de normalidade, e muito menos o será em situação de agravamento de riscos que se prevê com a possíveis quedas de chuvas”.

A nota da CMP dirigida ao chefe do Governo  não teve qualquer resposta. Assim, no dia 11 de agosto, a Câmara Municipal volta á carga, solicitando resposta ao pedido do dia 5 de agosto.

Esta última investida da CMP mereceu resposta no mesmo dia da assessora especial do primeiro.ministro, Maria Conceição Silva, nos seguintes termos: “O Gabinete de Sua Excelência o Primeiro Ministro de Cabo Verde, apresenta os seus melhores cumprimentos, e pelo presente acusa  a reação do email infra, o qual mereceu a nossa atenção. Mais, informamos que, o assunto explanado na Nota enviada sob a referência em epígrafe, está sendo devidamente apreciado e assim que o mesmo estiver no seu trâmite final, este ser-vos-á comunicado com a maior brevidade possível”.

Com este quadro, quando são 21 dias ininterruptos de greve e 16 sobre a data do pedido de requisição civil formulado pela CMP, a capital de Cabo Verde continua sob os serviços mínimos dos bombeiros municipais, e o governo ainda está a apreciar a solicitação da autarquia.

 

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