Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde foi à Presidência da República defender a liberdade de imprensa
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Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde foi à Presidência da República defender a liberdade de imprensa

O presidente da Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) defendeu hoje que o pensamento do Presidente da República, José Maria Neves, sobre liberdade de imprensa no país vai ao encontro dos ideais defendidos pela classe.

Geremias Furtado manifestou esta posição à imprensa, no final de um encontro com o Chefe de Estado, tendo revelado que a direcção da AJOC saiu motivada, ciente de que a liberdade de imprensa e o interesse público irão prevalecer no processo em que dois jornalistas e respetivos órgãos terem sido constituídos arguidos pelo Ministério Público, num caso de alegada quebra do segredo de justiça.

Disse estar convicto de que esta luta exige mais diálogo e conversações, argumentando que a lei é dúbia, razão pela qual a AJOC clama por um debate “franco e esclarecedor”, sublinhando a necessidade de uma revisão da legislação que possa fazer cair o artigo 113 do Código do Processo Penal.

Furtado mostra-se preocupado, por entender que a liberdade de imprensa, “um ganho que Cabo Verde vem alcançando nos últimos tempos, está a ter um retrocesso”, pressagiando, inclusive, que venha a abrir precedentes para condicionar o jornalismo de investigação com a constituição de arguidos.

Em relação às denúncias feitas junto dos organismos internacionais, a AJOC, revelou, já tem a reacção da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) ao indigitar um responsável da FIJ África para acompanhar o caso, de modo a emitir um parecer, e da Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa, com quem está em constante diálogo e cujo presidente prometeu uma “forte reacção”.

A AJOC, asseverou, irá continuar a “manifestar a sua insatisfação pelo que está a acontecer”, tendo como medida de imediato uma manifestação pacífica esta sexta-feira, na Cidade da Praia, para protestar contra o que considera ser um atentado à liberdade de imprensa em Cabo Verde.

O presidente da AJOC aproveitou a ocasião para convidar a todos quanto reclamam da falta de jornalismo de investigação no país para se aderirem a esta demonstração, já que se está em causa o jornalismo investigativo.

Primeiramente, o jornalista Hermínio Silves e o on-line Santiago Magazine foram constituídos arguidos e acusados de crime de desobediência qualificada, no processo de investigação sobre crime de violação de direito de justiça aberto pelo Ministério Público, no caso Zezito Denti D´Oru.

Esta semana, Daniel Almeida, jornalista do jornal A Nação, foi igualmente constituído arguido, assim como o jornal, pelo Ministério Público, tendo sido convocados a comparecerem na Procuradoria-geral da República para serem ouvidos esta sexta-feira.

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