Reprodução fiel de uma realidade interpretada e vivenciada por outrem, seguimos visão de outros, acolhemos opções delineadas e não duvidamos; acreditamos que em última instância temos a liberdade de escolher dentre as várias opções: acorde! Quando as opções são dadas, os resultados serão fugazmente forjados. Podemos acordar com mil opções, mas mantemos as mesmas de sempre, porque nos é cômodo, confortável, desnaturalizamos a vida e tornámo-nos máquinas especialistas.
As regras sociais são claras, fugir delas é o mesmo que se desviar de um ciclo vicioso do 'certo'; quem reproduz tem uma vida plena de paz, os duros de espírito são afugentados, apelidados e jamais serão 'normais'.
Temos uma sociedade de iguais, aplaudidos de pé quem souber melhor imitar, onde a diferença é abominação e o familiar isso sim é sinal de sapiência; esquece-se que o sucesso se encontra embutido num diferencial de pensamento á atitude. Pessoas iguais, penteados iguais, corpos iguais; uma sociedade de iguais, comendo iguais, respirando de igual modo e lamentado a mesma má sorte, mas como fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes?
Há uma tendência exagerada de classificação, de rotulagem: o belo foi substituído agressivamente pelo bonito; o razoável pelo certo. As pessoas correm atrás de uma realidade forjada pelas Mídias, esquecendo delas mesmas. As Mídias criam tendências e modelos e nós os bichos humanos vivemos em função dessa criação e questionamos a felicidade:
...mas como ser feliz, se não existimos, se enterramos o nosso 'eu' e mascaramos vidas alheia?
Ser nós mesmos é uma dura tarefa num mundo habituado a corroborar com esquemas premeditadas, não há espaço decerto para criar, mas há sempre um buraco para desenvolver as nossas aptidões, delinear o nosso destino e quiçá viver uma vida pensada, planeada e executada ao nosso bel prazer: ainda assim vivemos em opções forjadas.
Por acaso será fácil encontrarmos maçã em uma garrafa de óleo? Somos internos de um mesmo box, o que esperar de nós?
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