O caso da nossa justiça é simplesmente lastimável e os nossos supostos justiceiros não têm vergonha. Desde o mês de outubro de 2020 que apresentei ma queixa na Procuradoria da Praia, nem uma única vez fui chamado a depor. Entrementes, uma senhora, emigrante e supostamente endinheirada, apresentou uma queixa contra mim e, em menos de 6 meses estávamos julgados. Como ela perdeu a causa, meteu o recurso que deve estar quase a sair. Que vergonha! Ou melhor: sem vergonha.
É corriqueiro dizer-se que uma determinada coisa é: «uma vergonha», quando quase tudo aí vai mal. Só que em cabo Verde não se pode dizer que a justiça é: «uma vergonha». Estaria a ser brando demais para com as atrocidades que os supostos justiceiros, estribados nos seus direitos objetivos, isto é, nos direitos que lhes outorgam o descaramento de se abusarem de infelizes, vêm cometendo. Ao invés disso, é de toda a justiça dizer-se que a justiça cabo-verdiana, simplesmente, não tem vergonha. E vou provar isso com factos reais, concretos e objetivos.
Em que país já se viu juízes, alguns até, Conselheiros do Supremo Tribunal de Justiça, a serem chamados pelos nomes e apelidados de GATUNOS, nas televisões, nas rádios, nos jornais, nas redes sócias e de viva voz e bom-tom, sem que haja consequências ou, ao menos, uma reação justificativa? Só em Cabo Verde dos sem vergonha.
Em que país já se viu o «PRAIA LEAKS» a denunciar assaltos do Estado ao Estado, do PRIVADO ao Estado e com a conivência do ESTADO, perpetrados por um punhado de políticos corruptos e sem escrúpulos que, em algum caso, ao invés de serem reprimidos ou mesmo sancionados, são ao mais alto nível condecorados.
Em que país já se viu um ilustríssimo e decano dos advogados, tendo denunciado de que fora atacado com gás tóxico, dias depois de um político arguido num processo em que ele era advogado da outra parte ter sido detido, e morre depois de alguns dias, sem que a rádio nem a televisão nacionais tivessem o pejo de anunciar esse triste facto?
Esse advogado era Felisberto Vieira Lopes. Teria despoletado o maior crime de burla de sempre perpetrado por umas canalhas do círculo político cabo-verdiano. Falecido há mais de um ano, nunca se vislumbrou, ainda não se vislumbra sinais de que o Procurador-geral da República, enquanto fiscal da legalidade e promotor-mor da justiça, terá ordenado inquérito para averiguar a suspeita de que, efetivamente, terá sido atacado com gás pimenta conforme denunciara.
Em que país um cidadão é executado por um elemento da Polícia Judiciária, por suspeita de ter matado a mãe de uma Inspetora dessa corporação, tendo sido posteriormente verificado no seu passaporte que havia carimbo de entrada em Cabo Verde, provindo da Europa, um dia depois do assassinato da mãe da Inspetora. E há já mais de meia dúzia de anos, nenhum processo de inquérito anda a decorrer.
Cadé o papel do Procurador-geral da República que pagamos bom ordenado, mais 70 contos por morar em casa própria, viatura pessoal (Top Gama) com depósito testado de combustível, luz, água, telefone e internet com megas ilimitadas? E neste pais país onde os coitadinhos ganham 13 contos por mês, Trabalhando, às vezes, 24 horas por dia, compram tudo no mesmo mercado que os outros e pagam tudo como os outros.
Em que país uma criança, do sexo masculino, de 4 anos de idade, é violada e a mão é expulsa pela juíza da sala de audiência, ignorando a dor de uma mãe vilipendiada, o ministério público não intercede?
Em que país já se viu, um jovem de 35 anos de idade, sequestrado, torturado, arrancado quase todos os dentes da boca, um a um, serrado um pé, cortado a língua, furado os olhos e esmagado os testículos, e lá por lhe confundiram com um NIGERIADO, manjaco preto da nossa Costa Africana, não lhe fizeram a devida autópsia e agora tudo fazem para não responsabilizarem os criminosos. Criminosos que foram imediatamente identificados, mais nunca autuados, muito menos responsabilizados.
E o caricato, é que numa casa propriedade do atual Procurador-geral da República, então Procurador-geral adjunto aquando do crime, havia uma câmara instalada e que suspeitamos ter captado algumas cenas do crime. Solicitamos-lhe o acesso às imagens captadas nessa noite, embora se prontificou em colaborar nunca o fez. Referi esse triste episódio num dos meus vários escritos no Website «Santiago Magazine», porém, nunca houve reação de quem quer que seja.
Por iniciativa própria pus-me a investigar e cheguei aos encalços dos criminosos. Pois, o jovem era meu irmão. Solicitei, por escrito e tenho uma cópia guardada, uma audiência com o Procurador-geral da República, entretanto, não me concedeu a audiência, nem me respondeu por escrito. Uma pessoa ter-me-á confidenciado de que lhe teria dito que não me recebeu em audiência porque pus o seu nome no jornal. Muito bonito!
O caso da nossa justiça é simplesmente lastimável e os nossos supostos justiceiros não têm vergonha. Desde o mês de outubro de 2020 que apresentei ma queixa na Procuradoria da Praia, nem uma única vez fui chamado a depor. Entrementes, uma senhora, emigrante e supostamente endinheirada, apresentou uma queixa contra mim e, em menos de 6 meses estávamos julgados. Como ela perdeu a causa, meteu o recurso que deve estar quase a sair. Que vergonha! Ou melhor: sem vergonha.
Tudo isso, por que temos um Procurador-geral incompetente, incompetente e encefálico que nem é capaz de aperceber-se que é incompetente. Contudo, dando benefício à dúvida, dou-lhe mais uma oportunidade: Mande exumar (desenterrar) o corpo do meu irmão e proceda a autópsia que nunca foi foito. E me comprometo, caso esteja a mentir e a caluniar a médica legista, a pagar no duro. Mas tenha a coragem, seja homem macho e de dois redondos e um comprido, mande desenterrar o meu irmão, Edmilson Fernandes Tavares, raptado, sequestrado e torturado no dia 23 de outubro de 2017 e, que por ter sido confundido com um NIGERIANO recusaram-lhe a justiça.
O meu irmão esteve numa paródia no Quiosque NHAFRÓZA em Cutelinho no Concelho de Santa Cruz na companhia de mais de 10 pessoas, numa 2ª feira, dia 22 de Outubro de 2017. Saiu daí por volta das 3 da manhã de 3ª feira, dia 23, acompanhado de um amigo, o Cabral de Marçal da Costa. Dia 24, 4ª feira, pelas 9:00, encontraram o seu cadáver numa lixeira, quase sem dentes na boca, com a língua mutilada, os olhos vazados, um pé cortado e desaparecido, testículos esmagados. A Televisão de Cabo Verde noticiou que o cadáver era de um NIGERIANO e que estava em avançado estado de decomposição, o que demonstra que a médica legista nem se abeirou do cadáver que há poucas horas, quando ainda era gente, esteve numa animada paródia.
No dia 28 de Outubro, quando se soube que o cadáver era do meu irmão, uma moça que esteve envolvida na hecatombe colocou as duas mãos em cima da cabeça e lastimou: «Já não tinha dito que iam descobrir quem era?!»
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