Os deputados do Parlamento da CEDEAO encontram-se reunidos desde esta segunda-feira, 3 de março, em Lagos, Nigéria, para debater os 50 anos da CEDEAO e os 25 anos do Parlamento, durante o primeiro seminário do parlamento comunitário que aconteceu ontem, numa cerimónia que foi presidida pela Presidente do Parlamento da CEDEAO, Dadja Memounatou Ibrahim. Este evento, antecedeu a primeira sessão extraordinária deste parlamento sub-regional que arranca hoje, 4 e termina na próxima sexta-feira, 7 de março.
Durante o seu discurso de abertura, a presidente do Parlamento da CEDEAO, reiterou o compromisso do bloco comunitário com a integração económica entre os Estados membros. “Ao refletirmos sobre o percurso e as realizações dos últimos 50 anos, devemos também olhar para o futuro com uma determinação renovada. Os desafios que enfrentamos são significativos, mas as oportunidades também o são”, reconhece Djadja Ibrahim, lembrando que para construir um futuro melhor para a África Ocidental é preciso reforçar a confiança nas instituições a fim de garantir que elas sejam reativas, inclusivas e eficazes, aprofundando, assim, a integração económica.
De acordo com a presidente do parlamento comunitário, desde a criação da CEDEAO em maio de 1975, a organização tem desempenhado um papel fundamental no processo de desenvolvimento económico e social na África Ocidental. O progresso na manutenção da paz, segurança, integração económica e desenvolvimento de infraestrutura mereceram, igualmente, o destaque daquela responsável.
No que diz respeito aos mecanismos de integração regional, Memounatou Ibrahim, apontou a cooperação institucional, o diálogo político, o projeto do Eco, como a moeda única e o desenvolvimento de infraestrutura transfronteiriça, como caminhos para prosperidade e progresso regional.
Saída de Burkina Faso, Mali e Níger da CEDEAO
A saída de Burkina Faso, Mali e Níger do bloco ocidental mereceu, igualmente, uma observação da Presidente do Parlamento da CEDEAO, ao reconhecer que a retirada destas nações do Sahel pode constituir um potencial impacto no esforço de integração regional, mas assegurou aos Estados membros que estão a ser tomadas medidas para mitigar as consequências sociais, económicas e políticas que possam surgir com essas saídas.
Contudo, Ibrahim sublinhou que os laços regionais partilhados entre os membros permanecem inalterados e apelou a um diálogo mais aprofundado com os países que deixaram de fazer parte da CEDEAO, manifestando vontade da organização em manter relações bilaterais com esses Estados.
Finalmente, Dadja Memounatou Ibrahim destacou, a importância deste seminário na promoção da paz e estabilidade regional, a partir de reflexões e debates sobre os desafios e políticas públicas para o desenvolvimento comunitário, exortando a todos os Estados membros a manterem-se fiéis e comprometidos com os propósitos da CEDEAO e a trabalharem juntos para alcançar uma integração duradoira.
Governador de Lagos elogia o progresso da CEDEAO
Por seu turno, o governador do Estado de Lagos, Babajide Sanwo-Olu, que também esteve presente na sessão de abertura deste seminário parlamentar, elogiou a CEDEAO pela sua evolução de uma “um projeto inviável” para uma organização regional sólida, que transformou o destino da África Ocidental. “A partir de uma ideia ousada, a CEDEAO cresceu e tornou-se numa organização regional dinâmica que mudou o destino da África Ocidental”, disse Sanwo-Olu durante o seu discurso na cerimónia de abertura do evento.
Babajide Sanwo-Olu, aproveitou a ocasião para sublinhar o papel fundamental do Parlamento da CEDEAO na definição da agenda regional, na defesa da integração e dos direitos dos cidadãos bem como no encarar dos desafios regionais, em ordem a paz e a prosperidade da África Ocidental. “O Parlamento da CEDEAO tem sido fundamental na promoção da livre circulação e comércio, no apoio a missões de manutenção da paz e aos processos eleitorais”, observou.
Neste sentido, o Sanwo-Olu enfatizou o compromisso do Estado de Lagos em apoiar a CEDEAO, reconhecendo o seu papel enquanto “Centro de Excelência da Nigéria” e promotor do comércio, indústria, investimento e intercâmbio cultural na África Ocidental.
O Governador de Lagos reconheceu, ainda, que nos últimos tempos a região tem enfrentado enormes desafios com a segurança, o desenvolvimento económico e mudanças climáticas obrigando, assim, a uma comunhão de esforços e necessidade de ação conjunta para enfrentá-los com estabilidade e sucesso.
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