Óbito/Teobaldo Virgínio. Cabo Verde perdeu um dos maiores vultos da sua cultura
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Óbito/Teobaldo Virgínio. Cabo Verde perdeu um dos maiores vultos da sua cultura

O presidente da Academia Cabo-verdiana de Letras (ACL) considerou este sábado, 5, que Cabo Verde perdeu um dos “maiores vultos” da sua cultura contemporânea que contribuiu muito para a afirmação e a projeção da cabo-verdianidade na diáspora e no mundo.

Daniel Medina diz que foi com profundo pesar que tomaram conhecimento da morte de Teobaldo Virgínio Nobre de Melo, decano da Academia Cabo-verdiana de Letras e um dos nomes “mais significativos” da literatura cabo-verdiana, ocorrido nos Estados Unidos da América onde residia há várias décadas.

“Lamentamos o desaparecimento desta destacada figura, uma das mais carismáticas da nossa literatura contemporânea, tido como Claridoso de terceira geração, para além de cidadão com exemplar inteireza de carácter”, lamentou.

Para ACL, hoje, e sempre, é preciso “ser digno do Cabo Verde que Teobaldo Virgínio ansiava como em “Distância” (1963)”, livro que marca o início de um percurso literário de mais de uma dúzia de títulos entre poesia e ficção.

Teobaldo Virgínio, apontou, teve ainda colaboração assídua e de presenças marcantes em várias revistas e antologias em Cabo Verde, em Angola, no Brasil, em Portugal e nos Estados Unidos, com palavras que “ficarão para sempre na memória colectiva”.

“O seu valor literário encontra-se abundantemente demonstrado por inúmeros escritos de especialistas e de académicos, o que muito honra a Academia Cabo-verdiana de Letras, onde a partir deste momento ele perfila entre os Imortais”, finalizou.

O escritor Teobaldo Virgínio morreu na quinta-feira, 03, nos Estados Unidos da América, onde residia há várias décadas.

Teobaldo Virgínio, natural de Ponta de Sol, ilha de Santo Antão, nasceu em 21 de Maio de 1924 e pautou-se como um exemplo para as gerações de escritores, a partir dos anos 1960.

Até ao fim da vida, segundo ACL, dedicou-se às letras e ao pulsar da Nação Cabo-verdiana, acompanhando a vida cultural e literária dos seus compatriotas nas ilhas e na diáspora.

O escritor, que colaborou em Claridade, em boletins e suplementos literários, já publicou, em prosa e verso, 12 volumes, sendo os dois últimos em Março de 2010: “Folhas da Vida – poesia” e “Gaudêncio, o Filho Errante – prosa”.

Mas foi com Distância (1963) e Vida crioula (1967), novelas publicadas em Lisboa, que se tornaria numa referência literária cabo-verdiana.

Emigrante nos Estados Unidos continuou a publicar poemas e ficção, tendo sempre Cabo Verde e Santo Antão como fontes de inspiração.

Com Inforpress

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