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Passageiros da Brava “indignados” com adiamento da viagem pedem resolução urgente do problema de ligação marítima
Sociedade

Passageiros da Brava “indignados” com adiamento da viagem pedem resolução urgente do problema de ligação marítima

Um grupo de passageiros com destino Praia –Brava mostrou-se hoje “indignado” com o adiamento da viagem devido a uma avaria registada no navio Kriola e pediram à CV Interilhas que apresente alternativas para a resolução urgente do problema.

A Inforpress foi contactada por um grupo de pessoas com viagem marcada para a ilha Brava para hoje e terça-feira para manifestar a sua indignação a aquilo que consideram uma falta de respeito para com os bravenses, que têm esta viagem programada para as festividades de São João Baptista e que caso o problema não for resolvido a tempo serão prejudicados.

Segundo a entrevistada Antonieta de Brito, os passageiros com destino à ilha Brava foram surpreendidos hoje com o comunicado da empresa CV Interilhas de que o embarque previsto para hoje e esta terça-feira terá que ser efectuado no próximo dia  ou 23 de Junho, isto porque , justificou, neste momento o navio que deveria fazer ligação marítima está avariado.

“Soubemos hoje que o barco está avariado e que até o dia 23 de Junho não haverá meios de transportes marítimos, mas isso não pode acontecer porque todos aqui temos o nosso compromisso. Eu, por exemplo, programei a minha féria para este período e chegando a data não tem navio e não há solução para nós. Os responsáveis não podem esperar as coisas acontecerem para depois falarem que não há solução, deviam ter uma outra alternativa”, afirmou.

Disse ainda que muitos emigrantes oriundos da ilha da Brava vieram a Cabo Verde com o único objectivo de comemorar as festividades de São João Baptista, mas estão impedidos de viajar porque a empresa não apresentou nenhuma solução para o problema.

“Ninguém diz nada e a pergunta que fazemos é se a empresa não tem mais outros barcos, se é somente o navio Kriola que faz viagens para a ilha Brava”, questionou, considerando que os responsáveis devem levar em conta todos os compromissos que as pessoas assumiram para as festividades de São João Baptista.

Por seu turno, a passageira Patrícia Correia disse que as pessoas estão cientes de que avarias acontecem, mas que a empresa não pode ficar de braços cruzados alegando falta de solução neste momento.

“A empresa tem que ter solução porque e se houver situações de emergência e neste caso como é que ficamos, a ilha está sem ligação marítima e em caso de emergência como é que poderão prestar apoio, fazer a evacuação”, questionou.

Por sua vez, o emigrante Peter Mendes que veio de Lisboa criticou o facto de a Brava estar a enfrentar os mesmos problemas de ligação marítima de sempre, que, a seu ver, já deveriam estar resolvidos há muito tempo.

“A empresa CV interilhas foi criada para resolver os problemas de transportes marítimos só que a situação continua a mesma, este problema já deveria estar resolvido. É falta de consideração e respeito porque depois ninguém assume as suas responsabilidades, os passageiros terão que arcar com as consequências e prejuízos”, criticou.

Considerou neste sentido que é chegado o momento da situação ser resolvida definitivamente salientando que Cabo Verde é visto lá fora de uma forma “muito romântica” mas que quando os emigrantes regressam ao país para passar férias continuam a enfrentar os mesmos constrangimentos.

“A maioria das pessoas que está fora da ilha ou do país, a sua maior vontade ou o seu plano maior é programar as férias para as festividades de São João Baptista mas quando são prejudicados com situações do tipo é realmente muito triste”, lamentou, recordando que quando um emigrante vem a Cabo Verde mesmo que para passar alguns dias está a contribuir no desenvolvimento da ilha e do país.

A Inforpress contactou a empresa CV Interilhas para mais informações, mas as tentativas revelaram-se infrutíferas.

Entretanto esta segunda-feira, o ministro do Mar, Abraão Vicente, avançou que o navio Kriola da Companhia CV Interilhas, vai voltar aos estaleiros da Cabnave, no Mindelo, devido a problemas na hélice, que se perdeu no último fim-de-semana nas imediações de Ribeira da Barca.

O governante assegurou que a hélice se perdeu no largo da Ribeira da Barca, em Santiago, e agora todas as instituições do Ministério do Mar deverão trabalhar para dar vazão e identificar as causas do incidente.

Entretanto, admitiu a mesma fonte, “em último caso” vai haver ruptura nos transportes marítimos.

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