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Ulisses, o pior PM
Colunista

Ulisses, o pior PM

Alguma vez houve tanto “bater de cabeças” dentro de um mesmo Governo em matéria de transportes como se verifica neste Governo? Alguma vez já houve tantas incertezas nas (in)decisões governativas em matéria de transportes, exemplo, privatização hoje, re-nacionalização, no dia seguinte, e, novamente, tentativa de re-privatização (transportes aéreos)? Quem paga esses erros de gestão e comando político? Para completar a evidência de seu desconhecimento da realidade socio-política de Cabo Verde foi a sua mais inimaginável derrota eleitoral nas eleições autárquicas de 2020, especialmente, na região Santiago Sul onde, em tese, seria a sua base política eleitoral: Praia, São Domingos e Cidade Velha!!! O MpD foi varrido do comando dessas autarquias de forma humilhante!

Desde 2002 a 2022 a afrobarometer (ver www.afrobarometer.org) vem fazendo uma série de levantamentos de opinião política dos eleitores cabo-verdianos sobre diversos temas e, particularmente, sobre a avaliação do desempenho do Governos e dos Primeiro-Ministros, confiança nas instituições, preferências políticas-partidárias e até intenções de voto.

Do resultado do 8º estudo publicado em 2022, há a introdução de uma pergunta nova cujo resultado coloca Ulisses Correia e Silva, PM, como o pior chefe de Governo da série e quiçá de toda a história de Cabo Verde independente: 57% dos inquiridos responderam que a direção do país está no caminho errado!!!!

Nada mais do que seis em cada dez eleitores inquiridos discordam do comando imprimido ao país pelo PM mas este é criticado pelos seus próprios compatriotas de partido de que não ouve os militantes (MpD) e, muito menos, escuta os clamores populares dos eleitores de Santo Antão a Brava.

Ulisses utilizou a Câmara Municipal da Praia como “trampolim” para chegar ao Palácio da Várzea mas chegado ao Governo confundiu governar a Praia com Governar Cabo Verde!!!!

Cabo Verde não é Praia e nem Praia é Cabo Verde nem de perto nem de longe: Praia é um território contínuo e Cabo Verde com a sua diáspora se funda e se caracteriza, ao contrário, pela descontinuidade territorial por ser vários “arquipélagos” geográficamente, e, política, social, económica e culturalmente é bem mais complexo do que, aparentemente, a Praia.

Evidências desse desastre de desconhecimento de UCS do país é o seu estrondoso fracasso na política de transportes aéreo e marítimo inter-ilhas: alguma vez  o país esteve tão mal na sua história em matéria de transportes? Alguma vez houve tanto “bater de cabeças” dentro de um mesmo Governo em matéria de transportes como se verifica neste Governo? Alguma vez já houve tantas incertezas nas (in)decisões governativas em matéria de transportes, exemplo, privatização hoje, re-nacionalização, no dia seguinte, e, novamente, tentativa de re-privatização (transportes aéreos)? Quem paga esses erros de gestão e comando político?

Para completar a evidência de seu desconhecimento da realidade socio-política de Cabo Verde foi a sua mais inimaginável derrota eleitoral nas eleições autárquicas de 2020, especialmente, na região Santiago Sul onde, em tese, seria a sua base política eleitoral: Praia, São Domingos e Cidade Velha!!! O MpD foi varrido do comando dessas autarquias de forma humilhante!

Durante os 15 anos do PAICV, José Maria Neves gozou de um nível de confiança média dos eleitores superior aos sete anos de Ulisses Correia e Silva (2016 a 2023). Outra maneira de comparar esses dois dirigentes é sobre a quantidade de eleitores que responderam que não confiavam nada em um ou noutro: em média 26% responderam que não confiavam nada em JMN (2002 a 2015) e 33% responderam que não confiavam nada em UCS (2016 a 2022).

Um dado relevante é que enquanto JMN manteve uma desconfiança de cerca de ¼ do eleitorado durante toda a sua governação, a média de desconfiança de UCS é, pelo menos, 7% superior e com uma tendência de deterioração: em 2017 o seu índice de desconfiança do eleitorado situava em 30,5% e salta para 35,5% em 2022!!! Quanto estará em 2024 ou 2026 com os eleitores dizendo que o comando do país está no caminho errado enquanto os seus acólitos se reúnem para aplaudi-lo, incensá-lo e reconduzi-lo na direção de um partido cujo retrospecto eleitoral sinalizaria para profundas alterações de comando?

Trata-se de um paradoxo em que se elege aquele que conduzirá o grupo para o fracasso! Uma mistura de um técnico medíocre com um político fraco!

joaostav@hotmail.com

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