Cabo Verde precisa de novo modelo de governação que aposte na descentralização e devolva poder às ilhas – UCID
Política

Cabo Verde precisa de novo modelo de governação que aposte na descentralização e devolva poder às ilhas – UCID

O presidente da União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID) defendeu hoje que Cabo Verde precisa de um novo modelo de governação assente numa “descentralização real, profunda e funcional, devolvendo o poder às ilhas, às pessoas e às comunidades”.

Em conferência de imprensa, no Mindelo, João Santos Luís criticou o modelo de desenvolvimento actual do país, afirmando que este “vem falhando sistematicamente” por não respeitar a diversidade do arquipélago.

“Em muitas ilhas, os jovens emigram por falta de oportunidades. Ter acesso a cuidados de saúde de qualidade tornou-se um privilégio de quem vive perto da capital. Os transportes inter-ilhas são uma lotaria, quando deveriam ser um direito básico”, afirmou.

Além disso, conforme o líder dos democratas-cristãos, o “investimento público é desproporcional” e “os municípios lutam com orçamentos mínimos para tentar resolver problemas máximos”.

“Os cidadãos não estão a pedir favores. Estão a pedir justiça, a exigir igualdade de oportunidades, mais autonomia, mais recursos diretos para cada ilha, mais instituições públicas descentralizadas e um orçamento participativo, onde o povo participe na decisão do que é prioridade”, acrescentou.

Segundo João Santos Luís, “descentralizar não significa dividir o país, mas unificá-lo com justiça”.

Neste sentido, a UCID propõe a transferência efectiva de competências e recursos para os municípios e estruturas regionais, e a criação de planos de desenvolvimento insular elaborados localmente, com metas claras e financiamento próprio.

O presidente da UCID sugeriu ainda a criação de um “Fundo de Coesão Insular” para redistribuir o investimento público de acordo com as necessidades reais de cada ilha e a instalação de instituições públicas fora da capital, que funcionem com autonomia.

Defendeu, também, a implementação de um sistema de transportes inter-ilhas “digno, acessível e funcional, pensando com lógica de país arquipelágico”.

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