A mulher chega sem que desse conta, encontra um homem junto ao poço de Jacó. Logo se inicia um diálogo fabuloso. Jesus não se identifica em primeira instância; uma voz meiga e afetuosa se ouve como um eco acalentador. A expressão convidativa foi: "Dá-me de beber". Inicia assim, um percurso longo de diálogo; um preâmbulo convincente, atrativo e nada simplório.
Jesus abre o véu da "mulher Samaritana". Conduz o diálogo ao nível psicanalítico, restaura o eu da interlocutora, causa um impacto nunca antes no psiquismo da mulher, devolvendo-a o maior dos atributos do ser humano: A sua dignidade.
Fantástico! Um diálogo natural e completamente livre de qualquer entrave.
A mulher recebe uma nova visão pessoal; um novo ciclo; uma nova história e um novo tempo para sua vida. O desespero deu lugar á serenidade; a angústia á libertação da alma; a negação do problema á aceitação da realidade e o abraçar de uma nova trajetória sem dores e recalcamentos.
O método introspetivo-vazio deixa de vigorar como resposta; Jesus traça o perfil da busca da essência do problema. Sem subterfúgios consegue emergir no inconsciente da vítima respostas jamais pensadas. Tudo acertado e isento de um arcabouço milagroso, mas numa via sincera; transparente e vigorosa.
Consubstanciada de uma autoconsciência e liberdade de ação. A empatia e a naturalidade representam duas bases fundamentais da psicologia; Jesus consegue fazer com maestria o uso dos dois elementos. Escuta a Samaritana com profunda atenção, mas em nenhum momento deixa de aplicar a lei da sinceridade e verdade.
A psicologia moderna postula a aplicação da lei antropocêntrica; sem que o paciente tenha condição necessária para se libertar por si só. Uma base humanista e filosófica que pressupõe o uso do potencial endógeno. Está claro, a genuína terapia passa pela experiência da lei do auto-conhecimento; da consciência plena da realidade interna; de um auto-mapeamento sincero e poder de iniciativa. Com certeza, uma forte base da espiritualidade não estaria ausente da trajetória de superação. Jesus traça um perfil que assinala todo esse caminho.
A psicologia moderna nega a inclusão da sinceridade e verdade durante a abordagem quando o paciente está num estado frágil, isto porque, o paciente não estaria em condição de ouvir a verdade. O que chamam de estado de vulnerabilidade psíquica. Jesus usa o maior método possível, trazendo à consciência uma realidade nova e um sentido reflexivo emocional profundo nunca antes na perspectiva da psicanálise.
Jesus quebra o paradigma da psicanálise Freudiana, embala numa via frontal e sem tabu, restaura a real identidade da "paciente". Conseguiu quebrar o silêncio da dor, a incapacidade expressiva interna; libertando o poder da decisão positiva; restaurando o eu essencial; numa via isenta de métodos, mas repleta de espontaneidade. Uma genuína terapia jamais falada por algum cientista da psicologia e esquecida no rol da ciência moderna.
Jesus precisa ser redescoberto pela ciência e posto no lugar de honra e não circunscrito ao parâmetro religioso. Inequivocamente Jesus supera qualquer paradigma humano e vai além da racionalidade científica. Desafia a lei do saber pensar e nos coloca entre um labirinto do conhecimento inovador e profundo.
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