Colunista

O dia 20 de Janeiro carrega em si um profundo significado para a nossa história. É o dia em que honramos os heróis que lutaram pela libertação de Cabo Verde e da Guiné-Bissau e disponibilizaram as suas vidas à construção de uma pátria livre e digna, na qual “tud criston, tud cimbron tem direito na sê gota d’ága”. Nesse contexto, o nome de Amílcar Cabral emerge como o símbolo máximo de liderança, estratégia e amor pelo seu povo. Mais do que um líder político, Cabral foi um pensador e um visionário que acreditava no poder da unidade e do conhecimento como pilares para a emancipação de nações inteiras. 

Ontem, ao lado do Comandante Pedro Pires, do Comandante Manecas Santos e do Comandante Silvino da Luz e o Dr. Luís Fonseca, senti o peso e a grandiosidade dessa história viva. Estes homens, tal como Cabral, colocaram suas vidas a serviço de ideais maiores, enfrentando adversidades em nome da liberdade e da justiça social. Estar na presença deles foi uma aula de humildade, coragem e compromisso com o futuro, numa era em que o espírito de entrega e sacrifício tantas vezes parece ser esquecido.  Espero um dia estar à altura da grandeza dos quatro.

Mas é impossível celebrar este dia sem refletir sobre a ingratidão com a nossa história. Quantas vezes negligenciamos o reconhecimento das figuras e feitos que nos trouxeram até aqui?

Amílcar Cabral disse certa vez que “as pessoas não lutam por ideias, lutam por realidades concretas”. E ainda assim, continuamos a esquecer o significado do sangue derramado por essas realidades que hoje chamamos de nação. O silêncio perante esse esquecimento é uma sombra que não pode permanecer. 

20 de Janeiro sempre!

Um grito de celebração, de luta e de memória. Que este dia seja um convite para revisitarmos o legado dos nossos heróis, reconhecer a magnitude das suas contribuições e assumir a responsabilidade de carregar os seus ensinamentos para as futuras gerações.

Sem história não há identidade, e sem memória não há futuro digno para o nosso povo. Que a chama do legado de Cabral e de tantos outros continue a iluminar o caminho de Cabo Verde!

FORTE APLAUSO