Sociedade

“Basta, Brava também é Cabo Verde”, eram algumas palavras de ordem que os populares gritavam enquanto marchavam nos arredores da cidade, durante a tarde de hoje.

Em declarações à comunicação social, a munícipe Eugenia Duarte mostrou o seu descontentamento com actual situação da Brava em relação à ligação marítima de e para a ilha, realçando que esta não é a primeira manifestação, mas que, no entanto, nunca mudou nada.

Não acreditando que a crise no transporte marítimo seja  um caso isolado, mas sim um reflexo de uma gestão que necessita de maior sensibilidade, eficiência e compromisso com a ilha, a mesma fonte lamenta que a voz da população bravense não esteja a chegar aos ouvidos dos governantes ou então o Executivo esteja a fingir não ver o que se está a passar nesta pequena ilha.

“Como podem afirmar que o nosso país é independente e que estamos desenvolvidos, se a nossa ilha está a passar por vários tipos de situações lamentáveis. Nós estamos aqui a manifestar o nosso descontentamento em relação à saúde, à água que é precária neste município e também o transporte marítimo que está a deixar muito a desejar ultimamente”, disse.

A popular ressaltou que nesses dias o concelho se encontra em festa celebrando mais um aniversário do município e salientou que normalmente nesta época a economia da Brava seria elevada, entretanto considerou que a mesma está muito baixa, por causa da falta de transporte de ligação à ilha que é incerta.

“Todos os emigrantes que tinham reservas de hotel e passagens estão a cancelar devido à incerteza do transporte. Esta situação não pode continuar assim temos de gritar para que o Governo tenha mais atenção à nossa ilha, pois estamos fartos de promessas e queremos soluções porque isto já é falta de respeito para com a Brava”, manifestou.

Por sua vez, o gerente de hotel Andy Andrade, que também partilha da mesma opinião, sublinhou que já faz mais de um mês que o turismo na Brava está praticamente paralisado e considerou que o barco que está a operar no momento não serve para as actividades comerciais.

Segundo o comerciante, este mês era para ser o ponto alto da economia na ilha, mais devido a falta de ligação as actividades estão praticamente paradas porque as pessoas não estão a confiar nas viagens da programadas pela CVInterilhas.

“Para mim a solução era voltar a colocar o Navio Kriola a dormir no porto da Furna como estava antigamente, prestando quatro viagens semanalmente para esta ilha, porque depois que foram adotadas outras medidas a situação começou a degradar-se e estamos a chegar ao fundo do poço”, finalizou.