Política

O deputado da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) António Monteiro considerou nesta quinta-feira, 13, que o Orçamento do Estado para 2026 “não é bom sinal” para o país, por representar uma redução de recursos e não contemplar medidas que beneficiem a maioria dos trabalhadores cabo-verdianos.

“É um orçamento que tem menos um milhão de contos relativamente ao de 2025. Ora, reduzir o orçamento, com tantos problemas que temos neste país, não é bom sinal”, afirmou o deputado eleito por São Vicente durante a intervenção de encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026).

Governo esqueceu-se de 200 mil trabalhadores

António Monteiro questionou, ainda, as prioridades do Governo, ao considerar que o documento “trabalha apenas para aqueles que estão com eles”, numa alusão ao aumento salarial previsto apenas para os 20 mil funcionários públicos. “Esquecem-se dos 200 mil que trabalham noutros sectores e que também precisam de um sinal do Estado”, criticou o deputado democrata-cristão.

Pesem as reservas à proposta do Governo, António Monteiro reconheceu “um aspeto importante” na proposta de OE2026: a manutenção do crescimento económico.

Indicadores da economia não têm impacto real na vida das pessoas

“O crescimento de 6 porcento (%) é bom, e a inflação a 1,6% também é positiva”, disse o deputado, salvaguardando, no entanto, que esses indicadores “não têm impacto real na vida das pessoas mais velhas que passaram anos a trabalhar e hoje recebem apenas 5.880 escudos”.

O deputado da UCID apelou ao Governo para cumprir o compromisso assumido durante o debate e aumentar as pensões mínimas.

“Esperamos que, na especialidade, seja possível atingir, pelo menos, oito mil escudos para essas pessoas que trabalharam toda a vida e merecem sentir que também fazem parte deste Cabo Verde”, concluiu António Monteiro.

De referir que a proposta de Orçamento do Estado para 2026 ascende a 95,7 milhões de contos, cerca de 870 milhões de euros. E, ao nível macroeconómico, o documento prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em cerca de 6% e uma inflação em torno de 1,6%.

C/Inforpress
Foto: Captura de imagem/AR TV