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Partidos políticos com leituras diferentes quanto aos ganhos dos 29 anos de democracia
Política

Partidos políticos com leituras diferentes quanto aos ganhos dos 29 anos de democracia

Os partidos políticos eleitos e com assento na Assembleia Nacional divergiram hoje nos ganhos político, social e económico conseguidos pelo país nos 29 anos de democracia.

Na sessão solene para assinalar o 13 de Janeiro, a representante da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), Dora Pires, realçou no seu discurso que a data deveria servir para se reflectir com “profundidade” sobre se o País está ou não a trilhar o caminho que deveria e se está, também, a fazer jus ao conceito que a palavra liberdade carrega.

“Liberdade e Democracia não podem servir de tapete para que aqueles que se julgam ‘donos’ destas expressões a utilizam de forma anómala e sob a capa suprema destas mesmas expressões torpedear não só o comum cidadão, como manipular aqueles que estando dentro de instituições políticas tenham, momentaneamente, pensamentos dispares”, disse.

A deputada da UCID que, sublinhou, a liberdade deve ser encarrada como “oxigénio” capaz de fazer movimentar toda a sociedade e potenciar o desenvolvimento, lançou, nesta sessão, um apelo no sentido de se fazer debates públicos sobre o conceito da mesma e redefinir os caminhos que o País deverá seguir.

“A governação com todos os seus ganhos, ainda padece de muitos males e continuamos ainda à espera de melhores condições de vida, mais desenvolvimento económico, redução das assimetrias regionais, humanização do viver nas preferias, formação de sociedade livre, democrática, justa e fraterna”, ajuntou.

O líder parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Rui Semedo, realçou no seu discurso que as grandes falhas do País quanto à democracia relacionam-se mais com a atitude dos sujeitos de que com os aspectos legais e formais.

“Estamos a ter falhas nos mecanismos de transparência e prestação de contas, apesar de termos leis modernas que estabelecem as regras de prestação de contas. Continuamos a falhar na disponibilização de informações para permitir que a oposição exerça o seu papel de fiscalização e controlo da acção do excetivo”, acrescentou.

Rui Semedo, salientou ainda que em presente época, no País continua-se a registar tentativas de instrumentalização e manipulação da comunicação social pública, pondo em risco a liberdade de imprensa, e discurso que propugnam a eliminação do outro, da intolerância e da arrogância.

Ainda no seu discurso alusivo à data, o líder parlamentar do PAICV mencionou falhas graves no domínio da segurança – pondo em causa a estabilidade e paz social -, no acesso ao emprego, saúde, educação e justiça, a que considerou poder condicionar a liberdade e a qualidade da democracia, pelo que desafiou o poder público a ter um programa coerente para fazer face a esses desafios.

Conforme a líder do Movimento para a Democracia (MpD), o 13 de Janeiro é a expressão de valores que a humanidade aspira, como a liberdade individual, valores corporizados na Constituição democrática de 1992 (…) passando de um Estado totalitário para um Estado de direito democrático onde impera a liberdade política.

Face a isso, fez referência sobre o que o país e o povo das ilhas viveram no tempo do partido único, sublinhado, por outro lado, que com a democracia o arquipélago cresceu, que o Governo do MpD está a combater o desemprego, salários aumentados e uma polícia mais motivada, repressiva e determinada para garantir segurança e morabeza.

“Passados 29 anos, hoje o país encontra-se num outro patamar de desenvolvimento, com uma democracia em aprimoramento, e Cabo Verde destacando-se como país lusófono com melhor qualidade da democracia, (…) existência de uma imprensa livre (…) e aprovação da nova lei do Tribunal de Contas”, referiu.

Realçou ainda no seu discurso, parafraseando o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que “o assistencialismo, o populismo, a demagogia e o extremismo são valores contrários aos ideais ao 13 de Janeiro e contribuem para aprofundamento do ciclo vicioso da pobreza e coroem a democracia”.

Com Inforpress

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Redação