Chefe do Governo considera contestação normal em democracia
Política

Chefe do Governo considera contestação normal em democracia

O primeiro-ministro de Cabo Verde classificou esta segunda-feira, 7 de janeiro, de “normal em democracia” a contestação no país e afirmou que não se sente afetado por ameaças ou pressões para cumprir medidas com as quais não se comprometeu.

Ulisses Correia e Silva, que falava hoje aos jornalistas no final da cerimónia de apresentação de cumprimentos de ano novo do Governo ao Presidente da República, comentava assim protestos registados no país, nomeadamente em São Vicente, onde o movimento Sokols 2017 promoveu em dezembro uma Marcha da Indignação a exigir voos para esta ilha, ameaçando endurecer as formas de luta.

O primeiro-ministro disse que a contestação é “normal em democracia”.

“Vê-se nas televisões que por esse mundo fora que o que há mais são manifestações. Não nos sentimos atingidos. Os que quiserem manifestar-se são livres de o fazer, desde que o façam nos termos de lei e nas regras da boa convivência democrática do país”, afirmou.

Sobre este movimento, que apoia também uma "manifestação pacífica" marcada para sexta-feira no Tarrafal, ilha de Santiago, Ulisses Correia e Silva referiu que o Sokols “tem uma forma muito própria de atuação”.

“Não sei se defende de facto propósitos de desenvolvimento, mas não nos sentimos afetados por ameaças nem qualquer pressão para resolver coisas que não estejam ao alcance do país, em primeiro lugar, nem ao alcance do nosso programa de desenvolvimento”, acrescentou.

Na sessão de cumprimentos, o Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca enalteceu alguns indicadores que se registam em Cabo Verde, como o crescimento da economia, mas aproveitou para exortar o executivo a “prosseguir os esforços" nesta área, e "adicionando a componente de inclusão social”.

Em resposta, Ulisses Correia e Silva disse aos jornalistas que esse tem sido o “compromisso reiterado” do Governo, tanto “no plano estratégico do desenvolvimento sustentável”, como “do ponto de vista social, para beneficiar de uma forma particular as famílias com menos rendimento e, do ponto de vista territorial, em termos de contributo de todas as ilhas”.

“O rendimento dos cabo-verdianos tem aumentado. Há programas ativos de inclusão social e de promoção de rendimento das famílias que não conseguem esse rendimento via emprego e por isso é que temos o programa de rendimento social de inclusão, de inclusão produtiva, gratuitidade no acesso ao ensino secundário até ao 10º ano, no acesso ao pré-escolar, tarifa social da água e energia, que arrancará este ano. São um conjunto de medidas que acabam por mitigar o efeito sobre as famílias com menores rendimentos”, disse.

Com Lusa

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