Caso Alex Saab. MpD garante que Gil Évora foi ouvido pelo Governo antes de ser demitido
Política

Caso Alex Saab. MpD garante que Gil Évora foi ouvido pelo Governo antes de ser demitido

A secretária-geral do MpD, Filomena Delgado, disse este domingo, 23, que a demissão de Gil Évora foi precedida de uma audição, pelo Governo, conforme estipula a lei.

Em entrevista à Rádio de Cabo Verde (RCV), Filomena Delgado disse que, tendo em conta que um gestor público nunca pode estar envolvido num negócio deste género e, por estar a trabalhar numa empresa privada, a melhor decisão tinha de ser o afastamento do cargo.

“Temos um comunicado do Governo a explicar porque foi demitido e uma declaração do Gil Évora a dizer que estava a trabalhar numa empresa privada de consultoria”, justificou Filomena Delgado considerando, por isso, que o Governo não agiu tendo por base as notícias veiculadas pelos órgãos de comunicação social.

Por outro lado, adiantou que a justiça cabo-verdiana, “achando por bem”, poderá ouvir as pessoas que estão envolvidas neste caso para explicar todos os meandros da deslocação”, apontou Filomena Delgado, acusando o PAICV de estar a “introduzir a política neste domínio”.

“A Procuradoria-Geral da República deverá fazer algo nesse sentido porque nós temos um gestor público e um dirigente que se deslocaram do país para trabalhar numa empresa ligada ao Alex Saab”, sugeriu.

O Governo, acrescentou a dirigente “ventoinha”, considerou que, tendo ouvido o gestor Gil Évora, a melhor decisão foi a demissão do cargo de Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Emprofac.

“Sendo presidente do Conselho de Administração de uma empresa pública não pode, por estar de férias, estar a trabalhar para uma empresa privada”, defendeu.

Na quinta-feira, 20, a imprensa internacional escreveu que o Governo de Cabo Verde tinha enviado dois emissários a Caracas (Venezuela), Gil Évora e o ex-director-geral do Turismo, Carlos dos Anjos, com a missão de encetar contactos com o Presidente Nicolás Maduro na sequência da detenção de Alex Saab.

No dia seguinte, sexta-feira, 21, o Governo demitiu o presidente do conselho de administração da Empresa Nacional de Produtos Farmacêuticos (Emprofac), Gil Évora, alegando “violação dos deveres inerentes ao gestor público e desvio da finalidade das funções”.

Este sábado, 22, num comunicado de imprensa, Gil Évora refutou as acusações sobre essa alegada viagem à Venezuela na qualidade de emissário do Governo, admitindo que no passado mês de Junho, o colectivo de advogados de Alex Saab estabeleceu contacto com uma empresa cabo-verdiana de consultoria na área de aviação civil.

“Não fizemos qualquer missão a mando do Governo e nem fomos emissários de quem quer que seja” garantiu Gil Évora, acrescentando que não estiveram no palácio presidencial e nem em contacto com qualquer presidente ou entidades governamentais.

Alex Saab Morán foi detido no dia 12 de Junho, na ilha do Sal, e aguarda desde o dia 16 de Julho o final do processo de extradição para os Estados Unidos da América.

Com Inforpress

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