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Governo declara calamidade na comunidade dos 'rabelados' após incêndio
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Governo declara calamidade na comunidade dos 'rabelados' após incêndio

O Governo declarou a situação de calamidade na comunidade dos 'rabelados', núcleo histórico que preservou tradições no interior da ilha de Santiago, após um incêndio que, em março, atingiu casas de nove famílias, segundo uma resolução oficial.

De acordo com o documento governamental, a situação de calamidade na localidade de Achada Espinho Branco, no concelho de São Miguel, tem a duração de seis meses e pode ser prorrogado.

O Governo aprovou ainda um plano de intervenções de urgência e de curto prazo e vão ser realizadas obras orçadas em cerca de 22 milhões de escudos (197 mil euros).

Em 27 de março, um incêndio de grandes proporções atingiu as casas de nove famílias, deixando 34 pessoas desalojadas, das quais 12 crianças e 11 mulheres, que vivem, essencialmente, da agricultura de sequeiro e da criação de gado.

Desde então, as pessoas estão num alojamento temporário num complexo habitacional, providenciado pela Câmara Municipal de São Miguel.

O fogo consumiu ainda todas as zonas de cultivo e o pasto dos criadores de gado da comunidade, agravando a situação de vulnerabilidades das pessoas.

Na década de quarenta do século XX, a igreja católica enviou padres para substituir os locais, em Cabo Verde, introduzindo alterações na celebração de missas e costumes religiosos.

Alguns grupos da população rebelaram-se contra essas alterações, ficando conhecidos em crioulo como 'rabelados' (revoltados), que passaram a exercer as suas antigas tradições na clandestinidade e formaram as suas próprias comunidades - refugiaram-se principalmente no interior da ilha de Santiago, nas zonas montanhosas de difícil acesso.

Atualmente, são uma comunidade mais aberta a visitantes e que tem procurado, através de projetos de artesanato, especialmente na pintura e na olaria, promover a divulgação do seu modo de vida característico.

Com Lusa

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