O papel de uma oposição num sistema democrático é fiscalizar e escrutinar a acção governativa do governo, denunciando os atos que considera lesivos aos interesses do país e apresentando alternativas e novas propostas.
É evidente que se pretende passar uma imagem de que a Oposição – entenda-se o PAICV – não tem feito o seu trabalho.
O Partido que governa tenta passar esse entendimento. Os Membros do Governo tentam passar esse entendimento, aproveitando-se, claro, dos problemas internos do PAICV (mas que, pelos recentes episódios em Ribeira Grande de Santiago, não são um exclusivo do PAICV, mas existem também no MPD!).
E até alguns ditos intelectuais (que, infelizmente, têm demonstrado, com o tempo e com as suas intervenções irrazoáveis, que estão a ficar mais para pseudo-intelectuais) têm tentado passar essa ideia!
É preciso dizer, pois e de forma clara, que isso é uma FALÁCIA!
Não é verdade essa ideia que pessoas muito bem escolhidas têm tentado passar, de que o PAICV não tem assumido o seu papel, e isso pode ser comprovado com factos concretos.
O Grupo Parlamentar do PAICV tem estado ativo, seja na proposição de debates, seja com interpelações, seja na apresentação de Propostas de Leis, com propostas claras para o País. Exemplo disso, são as Declarações Políticas (fortes) feitas sobre a segurança e sobre a política externa, o Debate sobre o Sector do Agro-negócios, a Interpelação sobre o sector da educação, as visitas feitas a diversas instituições para acompanhar a execução das políticas governamentais, e, ainda, as Audições Parlamentares e as Comissões Parlamentares de Inquérito propostas. É notório que o partido tem procurado interpretar, em cada momento, em cada caso, e em cada tomada de posição, o sentir dos cidadãos.
Fazer uma oposição forte implica ter um partido organizado. Se se disser que o PAICV, enquanto Partido, precisa se organizar melhor, concordarei. E o que o PAICV precisa é continuar a trabalhar, com responsabilidade e perseverança, na sua organização, reforçar os valores e princípios, promover ruturas com os vícios e as más práticas na política e manter o foco no essencial, que é a defesa dos interesses do Povo.
É isso que todos esperam da Nova e Jovem Liderança do PAICV! Que persista nesse caminho que assumiu, contra muitas vozes poderosas, e que lhe tem trazido muitos dissabores, mas garantirão resultados no futuro!
Que, apesar dos obstáculos, não desista e nem claudique!
É essa Oposição que Cabo Verde precisa! E isso se torna, a cada dia que passa, mais evidente!
O que o PAICV precisa é, também, estar mais ativo a nível regional e local!
Os Municípios têm tido, em geral, uma gestão do quotidiano, sem visão, sem estratégia, sem propostas e sem soluções. Temos municípios completamente despreparados para os desafios do desenvolvimento local.
E é preciso que a Oposição, também a nível local, faça o seu papel, denunciando os desmandos e apontando os caminhos do futuro, para se constituir como alternativa (a nível local). É isso que se exige das Lideranças Locais e Regionais do partido, pois que cada um deve fazer o seu papel a todo o tempo, e não só no momento de apresentação de candidaturas, para ocupação dos lugares!
E, o que se espera é, também, que os ex-dirigentes da governação do PAICV, tenham a coragem de vir defender e justificar medidas implementadas durante o seu mandato, já que o MPD e o Governo têm colocado todo o seu trabalho no chão. Ficar, perante essa amputação, em cima do murro ou à sombra no resguardo, seria, no mínimo, irresponsabilidade e covardia.
No geral, o trabalho da oposição tem sido empenhado, responsável e positivo. E esse trabalho tem desconcertado e desconcentrado a Maioria e o Governo, que para além de começar a ver a sua imagem a fragilizar-se, não lida bem com o contraditório e com os direitos da oposição, começando a perder o tino e a compostura, apelidando uns e outros (cabo-verdianos), de boiada de serviço, desavisados e, ultimamente, de porcos.
Outrossim, a defesa dos interesses do País não pode ser coutada apenas do PAICV.
Deve ser de toda a sociedade - e até dos ditos intelectuais que, umas vezes dando no cravo, e outras vezes na ferradura, vão conservando a imagem de independentes para, depois, se candidatarem, pelo Partido que estiver no poder, a Cargos Políticos ou assumindo, como se de pagamento pelo serviço prestado se tratasse, funções de chefia em estruturas do Estado.
Convenhamos!
Comentários
rxlguyqbld, 28 de Out de 2024
Muchas gracias. ?Como puedo iniciar sesion?
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