Sociedade

José Maria Neves manifestou estas preocupações durante a conferência de imprensa, sobre a sua missão a Portugal de 01 a 06 de Junho, no quadro do programa Presidência na Diáspora.

Após realizar a Presidência na Diáspora nos Estados Unidos da América e em São Tomé e Príncipe, o Chefe de Estado, que prometeu ser um ouvidor de todos os cabo-verdianos nas ilhas e na diáspora, estará nos próximos dias em Portugal.

Adiantou, neste sentido, que durante a sua visita a Portugal manterá encontros com empresários, estudantes, professores, diferentes comunidades, escolas, centros de formação profissional, associações, com foco nas questões relacionadas com a educação, com saúde, com a ciência e a inovação, mas também com as condições de vida dos emigrantes cabo-verdianos.

Segundo José Maria Neves, Portugal tem sido um parceiro estratégico de Cabo Verde e o seu encontro com o seu homólogo português, será uma oportunidade para abordarem os 50 anos da independência, das comemorações, da integração da comunidade cabo-verdiana em Portugal, dos desafios que se colocam e das perspectivas futuras de cooperação neste domínio.

“Será uma visita muito intensa, muito participada, com aspectos culturais também, haverá lançamentos de livros, haverá encontros com artistas, haverá encontros com desportistas, vai ser uma troca intensa entre o Chefe de Estado e os cabo-verdianos, que vivem em Portugal”, realçou.

José Maria Neves apontou a questão da emigração massiva de jovens cabo-verdianos, das restrições à mobilidade e a discriminação dos emigrantes em diferentes países na Europa e a evacuação de doentes cabo-verdianos para o exterior como questões que o têm preocupado.

“A primeira tem a ver com as restrições à mobilidade e à discriminação dos imigrantes em diferentes países, particularmente na Europa. É uma questão em relação à qual o Presidente da República deve prestar muita atenção, porque tem reflexos imediatos na vida social e política do nosso país”, declarou.

A outra questão, de acordo com o mais alto magistrado da nação, tem que ver com a emigração massiva, ou seja, a saída de quadros jovens para o exterior, reconhecendo, no entanto, que todos são livres, mas que esta escolha tem um impacto enorme em Cabo Verde.

Apontou ainda as evacuações de doentes cabo-verdianos para o exterior como outro assunto que tem suscitado a sua preocupação, lembrando que há cada vez mais problemas, mais lista de espera e mais cabo-verdianos que não conseguem a evacuação, procurando outras alternativas, nem sempre as melhores.

Lembrou que os problemas em relação às vagas para a aceitação de doentes, regista-se particularmente em Portugal, defendendo a necessidade de criação de condições para reduzir, drasticamente, as evacuações para o exterior.

“Temos vários encontros em que participaram doentes evacuados, mas haverá uma conferência sobre a saúde, as evacuações, a solidariedade, em que participarei, fazendo uma intervenção sobre esses fenómenos e as diferentes realidades existentes e procurar discutir formas de um lado para melhorarmos as condições de evacuações e de outro lado melhorar a qualidade de vida daqueles que vivem evacuados em Portugal”, declarou.

Questionado sobre o processo de indicação do novo embaixador de Cabo Verde em Portugal, disse que está a aguardar propostas do Governo e que mais rapidamente quando possível sejam apresentadas as propostas para a decisão do Presidente da República.