Os Bombeiros Municipais da Praia iniciaram esta sexta-feira uma greve por tempo indeterminado, em sinal de protesto “por violação dos direitos assistidos”, cuja taxa de adesão, na óptica do sindicato, ronda os 75 por cento.
A greve foi marcada por uma marcha-manifestação iniciada no quartel dos Bombeiros na Fazenda e término na Praça Alexandre de Albuquerque, no Platô, defronte dos Paços do Concelho, onde os grevistas exigirem a demissão do comandante desta corporação, a promoção e progressão na carreira profissional, a implementação dos subsídios de risco e a equiparação do vencimento à Polícia Nacional.
“Justiça seja feita”, “É uma vergonha”, “Abaixo represálias” são alguns dos cartazes empenhados pelos grevistas, o que para o presidente do Sindicato de Indústria, Alimentação, Construção Civil, Agricultura, Florestas, Serviços e Portuário (SIACSA), esta greve surgiu na sequência de 48 horas realizadas em Agosto, por “falta de diálogo da edilidade” para com a resolução dos problemas dos bombeiros”.
Felisberto Lima acusa a Câmara Municipal da Praia de violar os “mais elementares direitos dos trabalhadores”, nomeadamente a portaria 61/83 de 3 de Setembro de 83, “que manda equiparar os salários dos bombeiros municipais à Polícia de Ordem Pública”, alegando que de 2010 a esta parte os trabalhadores estão sendo prejudicados.
Outrossim, este sindicalista denunciou a autarquia de represálias, ao levantar processos disciplinares aos bombeiros que participaram na “manifestação pacífica” de Agosto, quando, a seu ver, estes profissionais clamam “por direito próprio” a duas promoções já vencidas.
Dos 54 bombeiros que constituem o corpo dos Bombeiros Municipais da Praia, 17 foram cedidos os serviços mínimos.
Admilson Sequeira, bombeiro municipal em greve, frisou que a corporação enfrenta vários tipos de problemas que vão desde a falta de respeito das autoridades camarárias, carência de fardamentos, falta de recursos humanos à necessidade de mais viaturas de combate ao fogo.
Enquanto isto, o comandante dos Bombeiros da Praia, Celestino Afonso, disse que no quadro do pré-aviso da grave entregue no 1º de Outubro, alguns dos pontos reivindicados pela corporação e sindicato para a sua resolução pela autarquia ficaram pendentes por falta de recursos financeiros.
Afonso explicou que a problemática do subsídio de riscos, a promoção-progressão, e a equiparação à Polícia Nacional não teve entendimento nestes pontos reivindicativos, alegando que condições financeiras actuais não permitam atender todas as reivindicações no prazo estabelecido pelo sindicato, 31 de Novembro.
Celestino Afonso reconhece a justeza da reivindicação dos grevistas, mas avisou que todos os processos estão em análise para procedimentos internos, visando inteirar-se da sua aplicabilidade nos próximos tempos.
Mostrou-se preocupado com a realização desta greve “por tempo indeterminado”, por entender que os 17 bombeiros disponibilizados pelos serviços mínimos não satisfazem às necessidades da capital cabo-verdiana, pelo que está “a estudar a forma de ultrapassar esta situação”.
Com Inforpress
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