Cabo Verde e Angola são alguns dos países que o Governo do Reino Unido diz estar a negociar para passarem a acolher centenas emigrantes ilegais africanos que a terra de Sua Majestade deporta, noticia hoje o jornal britânicos The Times e a BBC, citados pela RFI. Ruanda aceitou a mesma proposta em troca de 500 milhões de euros.
Angola e Cabo Verde estarão numa lista de países que o Governo britânico admite abordar para receberem imigrantes ilegais do Reino Unido, tal como negociou com o Ruanda, revelou esta segunda-feira, 15, o jornal “The Times” e confirmada pela BBC.
Segundo o The Times, Londres está actualmente a negociar com Costa do Marfim, Botsuana, Costa Rica e Arménia para repetir o mesmo tipo de acordo que fez com o Ruanda, notícia que também é avançadas pela RFI.
As autoridades ruandesas aceitaram receber centenas de requerentes de asilo nos próximos cinco anos em troca de cerca de 400 milhões de libras, quase 500 milhões de euros. O Ruanda é visto como um dos países mais estáveis de África, mas vários grupos de direitos humanos acusam o Presidente Paul Kagame de governar num clima de medo, sufocando a dissidência e a liberdade de expressão.
Por isso, o Governo britânico estará também a explorar outras opções, e Cabo Verde, assim como Angola, estão nesta lista, juntamente com Senegal, Tanzânia, Togo e Serra Leoa, revelam a BBC e o The Times, e repercutido pela RFI. Oficialmente, o Governo britânico não adiantou nenhuma informação a respeito.
A falta de meios e estruturas locais, escassas relações diplomáticas e potencial oposição da opinião pública são alguns obstáculos identificados. A Guiné-Bissau foi rejeitada devido à instabilidade política. Marrocos, Tunísia, Namíbia e a Gâmbia terão rejeitado explicitamente negociações sobre esta matéria.
Santiago Magazine ainda não conseguiu confirmar essa eventual negociação junto do Executivo da Praia.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, por sua vez, considera esta proposta de lei essencial para dissuadir migrantes que atravessam o Canal da Mancha em pequenas embarcações como barcos insufláveis. No primeiro trimestre de 2024 o número de migrantes ilegais que entraram no país aumentou 41,7% em relação ao primeiro trimestre de 2023, atingindo um nível recorde.
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