A balança comercial de Cabo Verde foi negativa em mais de 18,9 milhões de contos (172,2 milhões de euros) no primeiro trimestre de 2022, um agravamento de 23,1% face ao período homólogo de 2020, segundo dados oficiais divulgados esta segunda-feira.
De acordo com o relatório trimestral de estatísticas do Comércio Externo, do Instituto Nacional de Estatística (INE), este desempenho foi agravado pelo aumento nas importações, face a 2021, que cresceram 22,9% de janeiro a março deste ano, para 19.926 milhões de escudos (180,7 milhões de euros).
Já as exportações aumentaram 18,1% até março, em termos homólogos, para 934 milhões de escudos (8,5 milhões de euros), enquanto as reexportações cresceram 71,3%, para 6.591 milhões de escudos (59,8 milhões de euros).
Com este desempenho, a balança comercial de Cabo Verde voltou a ser negativa no primeiro trimestre, em 18.992 milhões de escudos (172,2 milhões de euros), contra o défice de 15.425 milhões de escudos (139,9 milhões de euros) no mesmo período de 2021.
Segundo o INE, a Europa “continua sendo o principal cliente de Cabo Verde”, absorvendo 96,4% do total das exportações cabo-verdianas e com Espanha a liderar a lista dos principais clientes do arquipélago, com uma quota de 57,1% do total.
Os produtos mais exportados por Cabo Verde em fevereiro foram os preparados e conservas de peixes (70,5% do total das vendas), o vestuário (11,3%) e o calçado (7,8%).
O continente europeu continua também a ser o principal fornecedor de Cabo Verde, com um peso de 70,6% do total.
Portugal liderou, uma vez mais, entre os fornecedores de Cabo Verde no primeiro trimestre deste ano, com 43,8% do total das importações cabo-verdianas, seguindo-se Espanha (8,2%), Itália (5,3%), Países Baixos (4,7%) e Brasil (4,5%).
A balança comercial de Cabo Verde foi deficitária em todo o ano de 2021, em 642,8 milhões de euros, aumentando 10,5% e anulando a recuperação no ano anterior, de acordo com dados divulgados anteriormente pelo INE.
Em 2021, as exportações aumentaram 1,3% face a 2020, para 5.169 milhões de escudos (46,5 milhões de euros), e as importações cresceram 9,9%, para 76.563 milhões de escudos (689,3 milhões de euros).
Já as reexportações aumentaram 26,6% face a 2020, para 18.948 milhões de escudos (170,6 milhões de euros).
Com este desempenho, a balança comercial de Cabo Verde voltou a ser negativa em 2021, em 71.394 milhões de escudos (642,8 milhões de euros), anulando por completo a melhoria (-10,6%) de 2019 para 2020, que foi então o melhor resultado anual – deficitário em 64.593 milhões de escudos (583,5 milhões de euros) -, desde 2016, segundo o histórico do INE, sobretudo devido à queda nas importações, face à pandemia de covid-19.
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