• Praia
  • 29℃ Praia, Cabo Verde
Administração da Cabo Verde Airlines prepara retoma de voos mas sem prazos
Economia

Administração da Cabo Verde Airlines prepara retoma de voos mas sem prazos

O presidente da Cabo Verde Airlines (CVA) afirmou hoje que a companhia prepara a retoma de voos para a Europa e os Estados Unidos, mas não se compromete com prazos, que faz depender do processo de vacinação.

Em declarações à Lusa, Erlendur Svavarsson explicou que para a companhia cabo-verdiana, privatizada há dois anos e parada desde março de 2020 devido à pandemia de covid-19, assim como para o setor em geral, “o principal indicador” da retoma da procura, destinos e operações aéreas “será a taxa de vacinação”.

“A Cabo Verde Airlines está a trabalhar no sentido de retomar os voos para a Europa e os Estados Unidos como primeiro passo para ligar quatro continentes através do nosso ‘hub’ na ilha do Sal, assim que as condições pandémicas o permitirem”, sublinhou Erlendur Svavarsson, questionado pela Lusa sobre prazos para o regresso das ligações aéreas pela companhia.

Sem revelar qualquer horizonte para a retoma dos voos, e com a frota de três Boeing ainda parqueada fora de Cabo Verde, Erlendur Svavarsson enfatiza que os governos só poderão abrir as fronteiras, sem restrições, “quando um número suficiente de pessoas tiver sido vacinado e imune” ao novo coronavírus, o que condiciona a retoma.

“Por esse motivo, a minha convicção pessoal é que o crescimento real das viagens e do turismo a nível mundial só voltará no terceiro trimestre de 2021. Quando chegar a altura, a equipa da Cabo Verde Airlines espera oferecer aos nossos passageiros um serviço eficiente e fiável”.

O administrador afirma que o plano de retoma das operações “de qualquer companhia aérea na era pós-pandemia”, deve ser “ágil e avaliado constantemente” e que a recente extensão dos bloqueios em Portugal e a “grave situação de pandemia no Brasil” representam “um impacto muito direto na programação” da CVA.

“A vacinação nos Estados Unidos da América e no Reino Unido, no entanto, dá esperança de que as restrições de viagem em alguns países possam ser suspensas nos próximos meses”, admite.

Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da então empresa pública TACV (Transportes Aéreos de Cabo Verde) por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da CVA) e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).

O Governo cabo-verdiano, que detém uma participação social de 39% na CVA, que conta com cerca de 300 trabalhadores, anunciou no final de fevereiro passado um acordo com a administração da companhia para a retoma das operações, prevendo a renegociação com credores, o que envolve também o grupo Icelandair, que fornece (através da Loftleidir) as aeronaves da companhia.

“Os acionistas estão a fazer todo o possível para apoiar a companhia aérea e espero que possam assinar o acordo final em breve”, afirmou ainda o presidente da CVA.

Na sequência deste entendimento, o Governo cabo-verdiano autorizou em 06 de março o quinto aval do Estado a um pedido de empréstimo de emergência da administração da CVA, de 12 milhões de euros. Com este aval, os financiamentos pedidos pela companhia desde novembro, com garantia do Estado, elevam-se a quase 20 milhões de euros.

A companhia aérea, liderada desde 2019 por investidores islandeses, está parada desde março de 2020, devido às restrições então impostas para conter a transmissão da covid-19, e não chegou a retomar as operações comerciais, apesar da reabertura dos voos internacionais por Cabo Verde em outubro.

O novo acordo com o Governo cabo-verdiano prevê a redução de três para duas aeronaves e a retoma a curto prazo dos voos para Portugal e Estados Unidos, para servir a comunidade cabo-verdiana. Em contrapartida, o Estado reforça a posição no conselho de administração, passando a ter poder real de decisão.

Partilhe esta notícia