Rahiz, o artista autodidacta que quer abraçar Cabo Verde com sua música
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Rahiz, o artista autodidacta que quer abraçar Cabo Verde com sua música

O artista luso-cabo-verdiano Rahiz é um autodidacta cuja jornada musical começou no hip hop, passou pelo reggae e kizomba, e actualmente se expressa em versões zouk de músicas internacionais para abraçar Cabo Verde com sua música.

Nascido em 1980, em Lisboa, Celso de Jesus Morais – agora conhecido por Rahiz – é filho de pais cabo-verdianos, da ilha de São Vicente.

Ele garante que a música entrou na sua vida com a mesma naturalidade que o acto de respirar.

Um dom também com raízes familiares, por ser sobrinho-neto do lendário músico Luís Morais e também tem laços de sangue com o cantor Bíus.

Desde criança demonstrava sensibilidade para a música. Começou com a flauta, depois com o piano, até chegar ao hip hop, que marcou sua adolescência na Portela de Carnaxide, nos arredores de Lisboa.

“A primeira vez que peguei no microfone, cantei algo que fez sentido”, lembra, descrevendo com detalhe o momento em 1994, na boate Morabeza, na Amadora.

A partir daí, nasceu a figura pública Celso OPP, rapper e produtor que se destacou na cena musical portuguesa e cabo-verdiana.

Trabalhou com nomes como Delirium, Excesso, David Carreira, Rui Unas, Chullage, Melão, Anselmo Ralph, Boss AC, Tó Semedo, Jimmy P, Loony Johnson, entre outros.

No plano internacional, colaborou com artistas como Konshens, Lord Kossity, Matt Houston, Zoxea, MOP e Wallace e vários outros.

Mas em 2013, optou por uma mudança de identidade artística e tornou-se Rahiz.

A escolha do novo nome representa uma conexão mais profunda com suas raízes africanas e cabo-verdianas.

“Foi uma ruptura com o Celso OPP, um personagem ligado à revolta e frustração de um jovem negro crescendo em Portugal. Hoje, a mensagem é outra, amor, inspiração e transformação”.

Com essa nova abordagem, recebeu em 2016 o prémio de Melhor Artista de Hip Hop Africano no African Entertainment Awards, tornando-se o primeiro artista lusófono a conquistar tal distinção.

Ainda assim, confessa que não celebrou como deveria.

“Hoje sei que fui ingrato. Já pedi perdão a Deus, mas estava preso à ideia de que nem Cabo Verde nem Portugal estavam a festejar comigo”, considerou.

Superando esse capítulo, Rahiz mergulha agora em novos desafios criativos e tem ganhado destaque com ‘covers’ de músicas internacionais adaptadas para o crioulo, como “4 Kampé”, “Spéciale”, “Calm Down”.

 A ousadia tem gerado reconhecimento não só em Cabo Verde, mas também nos países das canções originais.

“Todas as editoras deviam falar com o meu manager sempre que lançarem um artista novo. Eu faço a versão em crioulo e lançamos juntos. Isso até ajuda a promover a música deles”, brinca.

É com essa energia irreverente e positiva que Rahiz prepara o lançamento de um novo álbum, previsto para chegar ao mercado antes do Verão. 

Um trabalho dançante, feito para fazer a boa ‘vibe’ circular e colocar sorrisos nos rostos das pessoas.

“Não sou apenas um ‘entertainer’, sou um artista com propósito de levar sorrisos ao rosto das pessoas”, definiu-se.

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