Emoção, surpresas e homenagem à liberdade marcam XIV edição da CVMA
Cultura

Emoção, surpresas e homenagem à liberdade marcam XIV edição da CVMA

A XIV edição dos Cabo Verde Music Awards (CVMA) decorreu no sábado, 07, numa noite marcada por momentos emotivos, surpresas e tributo aos combatentes da liberdade, com destaque para a consagração do conjunto Bulimundo com o Prémio Carreira.

Com um atraso de duas horas e meia, motivado por problemas técnicos, a noite arrancou com uma  homenagem aos combatentes da liberdade, dando início à gala com uma performance evocativa dos 50 anos da independência, seguida da interpretação do Hino Nacional, por Lura.

O ponto alto da cerimónia foi a consagração da banda Bulimundo com o Prémio Carreira, em reconhecimento pelo seu contributo histórico à música cabo-verdiana e pela projecção internacional do género funaná.

Fundado em 1978 por Carlos Alberto Martins, conhecido como Katchas, o grupo transformou-se numa referência incontornável do período pós-independência, utilizando o funaná como instrumento de afirmação cultural, resistência política e orgulho identitário.

O vocalista Zeca Nha Reinalda, apesar de debilitado e com dificuldades de locomoção, subiu ao palco para agradecer e emociou o público ao partilhar que ouvir a própria voz a cantar é o que mais o comove durante a doença.

“Na minha doença a coisa que mais me maltrata é quando ouço a minha voz a cantar, é única coisa que me faz chorar, todas vezes que ouço choro muito”, afirmou.

Nancy Vieira foi a grande vencedora da noite, arrecadando quatro prémios: Música Tradicional do Ano, com “Praia Maria”, Álbum do Ano, com “Gente”, Morna do Ano, com “Dona Morna” e Intérprete Feminina do Ano, com “Sol di Nha Vida”.

Hélio Batalha, que recebeu o Prémio Acção Social, venceu em três categorias: Melhor Música do Ano, Colaboração do Ano e Hip-Hop do Ano, todas com o tema “Só Deus” em parceria com Paulinha.

O artista Dieg também se destacou ao vencer Intérprete Masculino do Ano e Outros Ritmos do Ano, ambos com a música “Aldina”.

Um dos momentos mais marcantes foi a actuação do grupo “Geração 75”, com Lura, Nelson Freitas e Nancy Vieira, nascidos em 1975, que celebraram a música cabo-verdiana com temas emblemáticos como “Cabral Ca Mori” e “Porton di nos Ilha”, de “Os Tubarões”.

Durante a gala foi também homenageado o saxofonista Totinho, falecido em 2024.

O cantor português Paulo de Carvalho emocionou o público com as interpretações de “Mãe Negra” e “Os Meninos do Huambo”.

A noite contou ainda com as atuações de Fattu Djakité, Selma Uamusse, Slow J, Kady e Apollo G, numa verdadeira celebração da música e da cultura cabo-verdiana.

A XV edição dos Cabo Verde Music Awards (CVMA) irá acontecer em Junho de 2025, na ilha de São Vicente, conforme a organização.

Lista dos premiados:

Coladeira do Ano: Fábio Ramos - “Onde kes bai”

Videoclipe do Ano: Batchart - “Tet”

Batuku do Ano: “Freirianas Guerreiras feat. Flor de Esperança - “Amizadi Na Nota”

Artista Revelação do Ano: Rislene - “Nha Dignidade”

Kotxi Pó do Ano: Milito Freire - “Carina de Landa”

Afrobeat do Ano: Nelson Freitas - “NightCrawler”

Música Popular do Ano: Neyna x MC Acondize - “Nu Ka Sta Para”

Funaná do Ano: Ferro Gaita - “Carne Salgado”

Kizomba do Ano: Djodje - “Tentason” 

Artista em Palco do Ano: Cesf

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Comentários

  • Manuel Miranda, 8 de Jun de 2025

    Parabéns aos vencedores. Mas desta vez o cabal da TCV internacional prestou-me uma traição e nem sequer ainda deu quaisquer sinal operacional. Bloqueado. Lamentável. Mas outra coisa, não tiram o certame para fora da ilha de Santiago.

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  • Miranda, 8 de Jun de 2025

    Lastima-se o atrazo. A maioria das pessoas foi para a cama.
    Respeitamos todo o esforço das criações e interpretações.
    Imitamos o Hollyood à moda cabovetdiana . Enquanto Hollyood dintingue as celebridades , devemos esforçar-nos para, em alguns casos, não distinguirmis mediocridades.
    A música é matéria séria e merece respeito.

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  • JJ Costa, 8 de Jun de 2025

    Não podem tirar o CVMA da Praia! Ela é uma criação da Praia! Jamais se viu tirar um evento desses da ilha q o viu nascer para outra ilha! É como tirar o mindel act para a Praia! Haveria guerra! Só fazem isso com coisas da Praia! Nunca, repito, nunca, com a outra cidade, principalmente de Mindelo! Se levarem q fiquem com ele e inventemos outro! Cade a valentia dos santiaguenses? É tempo reclamarmos ou autonomia ou morte!

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