As circunstâncias ditam regras, tradições e facilidades, mas a visão é a didática da rotura, da reconstrução e da metamorfose.
Romper com o mesmo e o distanciamento do obsoleto, são caminhos certeiros para as grandes mudanças e transformações que se esperam. A visão não pode atrelar-se ao crivo das circunstâncias ou da maré. O que se propõe é um olhar que ultrapasse as circunstâncias e que vislumbre um cenário sem rastos da coabitação redutora.
A circunstância é o paradigma do sistema, mas a visão é a lógica da transformação. Falando da transformação, devo sublinhar que os fatores e processos das grandes mudanças não coadunam com as limitações circunstanciais. Ultrapassa de longe essas barreiras e perscruta caminhos risonhos, onde o inverno é ultrapassado e a primavera brilha sem resquícios do passado arcaico.
Nenhuma transformação de grande monta faz aliança com a pequenez de pensamento, pelo contrário rompe o redutor, quebra barreiras e repõe a verdade cristalina.
Romper com o mesmo é a retórica proposicional que visa uma metamorfose racional. Sem amarras do passado e nem estruturas obsoletas. A desconstrução circunstancial é um ato de coragem, mas sobretudo de visão. A visão é a dialética que reconstrói pontes destruídas e muralhas frágeis. Reconstruir é o percurso do novo e do inovador, mas sobretudo, é a arte da mudança e de um tempo que vai além da cronologia.
Existe o tempo cronológico e o tempo de oportunidade. No grego temos esses dois tempos: o Cronos e o Kairós. Não podemos confundir o cronológico (passado, presente e futuro) e o tempo kairós (oportunidade e mudança). Um fala-nos da estrutura e do sistema e o outro fala-nos da transformação (reconstrução e da conjuntura). Estar atento a esses dois tempos é de vital importância para sabermos a hora certa e oportuna para "pegarmos a onda" e não deixar a oportunidade passar". Ignorá-los é perder no tempo, manter no mesmo, deixar como está e jamais vencer a estrutura confortável e conveniente.
As circunstâncias ditam regras, tradições e facilidades, mas a visão é a didática da rotura, da reconstrução e da metamorfose.
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