O Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) previu hoje chuvas dentro da média este ano e em algumas ilhas haverá probabilidades de uma ligeira tendência acima do normal.
A previsão sazonal das chuvas para Cabo Verde este ano foi apresentada, na cidade da Praia, pela administradora executiva do conselho de administração do INMG, Denise de Pina, com a conclusão de que o arquipélago terá uma “boa estação de chuvas” entre junho e setembro.
"Para o arquipélago, é expectável uma situação ligeiramente diferenciada do continente, tanto para o período de junho, julho e agosto, como para julho, agosto e setembro, em que as previsões de consenso indicam maior probabilidade das chuvas serem dentro da média climatológica, sendo que para as ilhas do sul do arquipélago [Maio, Santiago, Fogo e Brava] as probabilidades apontam uma ligeira tendência para chuvas acima do normal", avançou a administradora em conferência de imprensa para apresentar resultados da previsão pluviométrica sazonal, para o ano agrícola 2023.
Denise de Pina afirmou que existe uma "maior probabilidade" para que o início da estação seja precoce, em meados de julho, com previsão que o fim seja tardio, em meados de outubro.
"Preveem-se sequências de dias secos dentro do normal no início, a longos com o avanço da campanha. Apesar das probabilidades indicarem chuvas dentro do normal, não se descarta a possibilidade de ocorrência de eventos meteorológicos extremos (tempestades tropicais, chuvas intensas, ventos fortes e agitação marítima), que podem atingir todo arquipélago, com intensidades variadas", adiantou.
A produção agrícola de hortícolas e tubérculos caiu 40% de 2016 para 2020, período de seca no arquipélago, para cerca de 42 mil toneladas, segundo dados compilados em outubro pela Lusa a partir do Anuário Estatístico.
De acordo com o documento, disponibilizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a produção agrícola em Cabo Verde passou de 70.926 toneladas em 2016 para 42.085 toneladas em 2020.
A produção agrícola foi caindo todos os anos a partir de 2016, com o agravamento dos efeitos da seca, acumulando uma redução de 40,6% no período de quatro anos.
Desde 2017 que o país tem enfrentado sucessivos anos de seca, com consequente redução da produção agropecuária e do rendimento das famílias, especialmente no meio rural, contribuindo também para a deterioração da segurança alimentar e nutricional das famílias e para a redução da disponibilidade da água para o abastecimento público e para a agricultura irrigada.
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