Decorrem três inquéritos sobre morte do recruta das Forças Armadas Davidson Barros
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Decorrem três inquéritos sobre morte do recruta das Forças Armadas Davidson Barros

Está em curso três inquéritos sobre a morte do recruta das Forças Amadas, Davidson Barros, na ilha de São Vicente, um deles do Ministério da Defesa, sobre as práticas e procedimentos na instrução, disse hoje a ministra Janine Lélis.

Em declarações à imprensa, na cidade da Praia, a ministra de Estado e da Defesa Nacional, Janine Lélis, avançou que está a decorrer um inquérito do Estado Maior das Forças Armadas e outro da 1.ª Região Militar, em São Vicente, onde em 13 de outubro Davidson Barros faleceu, após uma indisposição durante uma marcha.

“E há um inquérito também que está sendo feito pelo Ministério da Defesa Nacional, que visa apurar a adequação do procedimento de instrução, isto é, verificar e ter presente quais são as regras que estão sendo adotadas na prática e no dia a dia”, deu conta a governante.

A ministra garantiu que há um “interesse” do Estado, do Ministério da Defesa e das Forças Armadas em clarificar a situação, para se poder manter os níveis de confiança na instituição castrense e na prestação do serviço militar obrigatório no país.

“O Estado tem a obrigação de garantir que o serviço militar obrigatório seja prestado com os mais elevados padrões e os mais adequados procedimentos”, declarou, num discurso na abertura de um curso para promoção a capitão das Forças Armadas, e após reclamações dos familiares do militar, que ameaçam levar o caso a tribunal.

A governante avisou que “nenhum tipo de excesso será tolerado” na instituição e que nenhuma ação que desrespeita a dignidade e a integridade militar dos recrutas passará sem a “efetiva e exemplar responsabilização”.

“Nós temos o dever de fazer o nosso melhor para que os nossos jovens continuem a ver nas Forças Armadas uma oportunidade de carreira militar, mas, sobretudo, que tenham o mais adequado tratamento e instrução durante o tempo que estiverem”, salientou no seu discurso.

Nas declarações aos jornalistas, a ministra lamentou o ocorrido e considerou ser “compreensível e natural” as reclamações dos familiares sobre os procedimentos na instrução, mas garantiu que as instituições da República existem para apurar responsabilidades e clarificar o caso.

Questionada sobre quanto tempo vai demorar a investigação, a ministra não se comprometeu com datas exatas e disse que prefere que “tome o tempo que se mostrar necessário” para que tudo possa ser averiguado com os “detalhes e rigor necessários”.

“Mais importante do que o tempo de instrução do processo é a eficácia e o resultado que se quer extrair deste inquérito. E é nesse sentido que nós estamos a trabalhar”, prometeu, dizendo que, assim que o relatório estiver concluído, o Estado-Maior das Forças Armadas fará uma comunicação ao país.

Segundo informação divulgada na altura pelo Ministério da Defesa, Davidson Barros, de 20 anos, “sentiu-se maldisposto na etapa final de uma marcha administrativa, tendo de imediato recebido os primeiros socorros do médico militar e do socorrista que acompanhavam a referida marcha”.

O jovem, que era natural da localidade de Queimada Guincho, na ilha do Fogo, foi assistido, primeiro, na enfermaria do Centro de Instrução Militar do Morro Branco, de onde foi transferido para as urgências do Hospital Batista de Sousa (HBS), no Mindelo.

Já sob observação naquela unidade, “apesar de uma ligeira melhoria, o quadro era preocupante”, acabando por falecer no mesmo dia.

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