Presidenciais. Como a imprensa internacional observa para as eleições deste domingo
Política

Presidenciais. Como a imprensa internacional observa para as eleições deste domingo

As eleições presidenciais deste domingo, 17, estão a ser acompanhadas de perto pela imprensa internacional, que relaciona a escolha do novo chefe de Estado que vai suceder a Jorge Carlos Fonseca com a crise económica por que passa o país em tempo de pandemia Covid-19.

O mundo está de olho nas eleições presidenciais 2021 em Cabo Verde, que decorrem desde as 7 horas desta manhã de 17 de Outubro até às 18 horas. Vários órgãos de comunicação social estrangeiros estão no arquipélago a acompanhar de perto a escolha do quarto presidente da República da história do país.

Todos, praticamente, têm reportado que as eleições deste domingo vão decorrer num momento de recessão económica no arquipélago (queda de 14,8 por cento do PIB), que atribuem à redução drástica de turistas nas ilhas causada pela Covid-19.

É isso que conclui, por exemplo, o Al Jazzeera, principal órgão árabe, ao referir que o turismo representa 25% da riqueza do país e que Cabo Verde está sob “a maior crise económica e financeira da sua história”, citando uma frase do vice-primeiro ministro  ministro das Finanças, Olavo Correia, feita no Parlamento no passado mês de Julho.

A agência Reuters também tem essa percepção, isto é, de que as eleições para a escolha do novo presidente, que vai suceder a Jorge Carlos Fonseca, acontecem numa altura em que o país enfrenta a sua pior crise financeira, com a economia a retroceder e o PIB a cair quase 15%.

O site notimérica.com afirma que “a queda do turismo colocou contra as cordas uma das democracias mais estáveis de África”, reconhecendo, todavia, que cabe ao primeiro-ministro a administração do Governo e que o presidente da República tem um papel importante como “figura de consenso, estabilidade e protetor da Constituição".

O France24 bate na mesma tecla: “Cabo Verde vai eleger um novo presidente depois dos estragos causados pela Covid-19" para a economia do país. Idêntica análise faz a Voz de América (VOA) que fala em eleições de olhos postos na recuperação económica.

O AfricaNews e a RFI preferem destacar o número histórico de candidatos para estas eleições (sete) - nas últimas eleições presidenciais em Cabo Verde concorreram três candidatos: Albertino Graça, Jorge Carlos Fonseca e Joaquim Monteiro. Venceu Jorge Carlos Fonseca na primeira volta para um segundo mandato, com 74% dos votos.

Desta vez, vao a votos Fernando Delgado (40 anos), Gilson Alves (40), José Maria Neves (61), Carlos Veiga (72), Hélio Sanches (56), Casimiro de Pina (47) e Joaquim Monteiro (81). Entretanto, toda a imprensa internacional considera Carlos Veiga e José Maria Neves como os principais candidatos a vencer as eleiçoes.

Caso nenhum dos sete candidatos que se apresentam este domingo a sufrágio obtenha a maioria absoluta, os dois mais votados disputam uma segunda volta, já agendada para 31 de outubro.

De lembrar que para as eleições presidenciais deste domingo vão ser acompanhadas em todo o país por 104 observadores internacionais. No terreno estão 30 observadores da União Africana (UA), numa missão liderada pelo diplomata e antigo ministro angolano Ismael Gaspar Martins, 71 da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e três da embaixada dos Estados Unidos da América em Cabo Verde, acreditados para acompanhar este acto eleitoral.

A missão da UA conta com representantes de 20 países africanos, entre eles Angola, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, cujos membros estão distribuídos pelas nove ilhas habitadas de Cabo Verde.

De acordo com a Constituição cabo-verdiana, o Presidente da República é eleito por sufrágio universal e directo pelos cerca de 400.000 cidadãos eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro. Caso nenhum dos sete candidatos consiga a maioria dos votos este domingo, a segunda volta, com os dois mais votados, decorrerá no dia 31 de Outubro.

Foto: Décio Brito-DW

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