O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) recomendou hoje, no Mindelo, que o Governo use financiamento do Banco Mundial (BM) para construir embarcações de raiz e conceda a exploração destas a armadores nacionais.
A sugestão foi feita pelo deputado eleito pelo círculo de São Vicente João do Carmo, que em conferência de imprensa, abordou, mais uma vez, a “grave situação” dos transportes marítimos nacionais.
O eleito disse que “caso seja verdade” o anúncio do executivo de um empréstimo de 15 milhões de euros para compra de três barcos, este dossiê “deve ser bem analisado” para se ver soluções a curto prazo do problema.
Isto porque, explicou, o mercado internacional neste momento “não dispõe de barcos em condições para servir o País”.
“Propomos a avaliação da hipótese de construção de navios de raiz de acordo com as nossas águas, porque das pesquisas com especialistas na matéria entendemos que há estaleiros no mundo que podem em um ano dar resposta”, exortou.
João do Carmo assegurou, por outro lado, que o Governo poderia dar a exploração destes navios a armadores nacionais através de uma empresa criada precisamente para este fim.
A sugestão é feita, conforme a mesma fonte, tendo por base a noção de que “se deve arrepiar caminho e voltar a regulação independente e colocar o sector sob o comando de especialistas de regulação”.
Para o deputado, o Governo deve permitir ainda a entrada de novos operadores no mercado e “rever imediatamente” o acordo com a Cabo Verde Interilhas (CVI) “reduzindo os custos de ineficiência, mais regularidade e previsibilidade”.
Aliás, di-lo João do Carmo, o partido não entende o porquê de até agora não se ter accionado a cláusula de rescisão do contrato com a CVI por “incumprimento”, nomeadamente, a não aquisição de cinco barcos com até 15 anos e pela redução das linhas e frequências que constam do caderno de encargos.
“O PAICV pede imediata intervenção do primeiro-ministro que é quem governa o País, de modo a evitar mais prejuízos para os passageiros e para o abastecimento das ilhas em bens de primeira necessidade e materiais de construção”, sublinhou o deputado, para quem Cabo Verde vive o seu “pior momento” em termos de transportes marítimos e “não se vislumbram soluções de curto prazo para resolver o problema”.
LN/CP
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