O Presidente da República assegurou hoje que o seu país “continuará a ser um país de pontes entre continentes, culturas, povos e geografias políticas”, assumindo-se como defensor convicto do multilateralismo.
Falando na sessão evocativa dos 50 anos da independência do arquipélago, ao final da tarde de hoje (princípio da noite em Lisboa), José Maria Neves declarou que, apesar de ser um “pequeno Estado insular”, a voz de Cabo Verde “é escutada e respeitada, porque assenta numa diplomacia coerente, em princípios firmes e num exemplo de governação democrática e transparente”.
“Somos defensores convictos do multilateralismo eficaz, da cooperação baseada em interesses partilhados, do respeito pelo direito internacional e da dignidade inalienável da pessoa humana”, frisou.
O chefe de Estado encerrou a sessão que contou com as intervenções do Grão-Duque do Luxemburgo, do Presidente de Portugal, da vice-secretária geral da ONU, da primeira-ministra de Moçambique, da presidente do parlamento angolano e do ministro do Desenvolvimento Rural do Brasil.
José Maria Neves sublinhou que, em 50 anos de liberdade e independência, após o domínio colonial português, Cabo Verde deixou de ser “apenas recetor de cooperação” para se afirmar “como parceiro ativo na procura de soluções globais”.
“Contribuímos para a segurança no Atlântico, para a ação climática, para a promoção da economia azul, para a diplomacia cultural e para o reforço da resiliência democrática”, frisou.
Segundo o chefe de Estado, Cabo Verde “acredita numa cooperação transformadora, enraizada na confiança mútua, na solidariedade responsável e no respeito pela especificidade de cada país”.
José Maria Neves retomou um tema que dominou o discurso à Nação que proferiu na noite de sexta-feira para se referir à diáspora cabo-verdiana “presente nos quatro cantos do mundo” e que “tem sido também uma ponte viva entre Cabo Verde e a comunidade internacional, contribuindo para afirmar” a cultura, os valores e a vocação global do arquipélago.
Por outro lado, recordou que mais de 60% da população do país tem menos de 30 anos, pelo que ambiciona que “os próximos 50 anos sejam marcados pelo protagonismo das novas gerações”, aproveitando “um capital humano precioso que deve ser utilizado para liderar os processos de inovação, de transição digital e energética, de inclusão social e de aprofundamento democrático”.
O arquipélago celebra meio século de independência, proclamada no Estádio da Várzea (atual baixa da cidade da Praia) em 05 de julho de 1975 e colocando termo ao regime colonial português no arquipélago.
O programa de celebrações decorre na capital e além da sessão solene no parlamento, o dia de hoje incluiu um desfile militar e a sessão evocativa, a que se segue uma noite de música e celebração.
O programa cultural inclui exposições, conferências e espetáculos musicais com dezenas de artistas em diferentes pontos da cidade.
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