Colunista

Mindelo, uma cidade linda e encantadora! Tantas vezes vi o seu resplendor e a sua magnitude. Sua exuberância e sua gente forte e alegre. "A força de um povo se revela na crise". Depois de uma madrugada sombria, que parecia interminável, a tranquilidade se tornou um caos. Famílias em desalento, crianças em lágrimas e jovens perplexos. Uma cidade que refletia luzes e magnitude da sua gente trabalhadora e alegre. Depois da madrugada escura, as trevas inundaram os corredores e as passarelas da cidade. Lágrimas de perdas assumiram o controlo.

Lamentável situação! A coragem de um povo forte deve prevalecer, mesmo quando tudo parece perdido. É do caos que renasce novos sonhos e novas esperanças. Cruzar os braços jamais, permanecer sob os auspícios da dor, é fracasso. As circunstâncias podem parecer difíceis e incontornáveis, mas tudo pode mudar se a fé prevalecer. Neste momento de dor e profunda perda, a voz da esperança e determinação deve ecoar como uma luz no fim do túnel.

A vida nos apresenta surpresas que nem sempre estamos preparados para suportar, o segredo é continuar a acreditar que tudo pode mudar para melhor. Acredito numa nova cidade onde a alegria será a canção de vitória e a força será o símbolo do sucesso. "A união faz a força" e com ela tudo que está fora do lugar ocupará o seu espaço com brilho e luzes. Não é tempo de Lamentos e lágrimas sem fim, é momento de um novo renascer e reedificação de novos alicerces.

As ilações e profunda análise devem compor o elenco das decisões que darão face à reconstrução da linda e maravilhosa cidade do Porto Grande. "A glória da nova cidade será maior que a primeira". Nada está perdido! Toda a crise revela uma oportunidade. Este é o tempo e esta é a hora.

Impossível esquecer a madrugada sombria do dia 11 de Agosto de 2025 na mente do povo da Ilha maravilhosa. Quando menos se esperavam o terror bateu ás portas de milhares de pessoas. Ninguém sabia o que fazer, todos em total desespero. Gritos de socorro, mas ninguém ouvia. Cada um buscando a sua própria saída. Uma criança de cinco anos, depois do próprio pai tentou salvá-la, mesmo assim, se foi sem um abraço e um beijo de adeus. Uma dor que certamente perdura por toda vida. Uma idosa que não conseguiu sobreviver, deixando o convívio dos seus familiares sem um abraço final. Foi-se de uma forma inesperada. Tantas perdas que seriam impossíveis enumerá-las. Inacreditável situação! A força brutal das águas e dos ventos levaram de uma forma dramática sonhos e esperança de milhares. A fé, a esperança e a determinação devem ultrapassar todos os limites da dor, perdas e tristeza. É hora de se levantar e erguer os murros caídos.