O presidente do Instituto do Turismo de Cabo Verde (ITCV) destacou hoje a visão estratégica do país para o sector do turismo, baseada na sustentabilidade e diversificação da oferta, aliando os recursos naturais e culturais às comunidades locais.
Em declarações à Inforpress, em Lisboa, para fazer o balanço da participação de Cabo Verde na Feira Internacional de Turismo (FITUR) de Madrid, que decorreu de 22 a 26 de Janeiro, Jair Fernandes realçou que o objectivo dessa estratégia é promover um impacto positivo e abrangente.
“O turismo que queremos sustentável e diversificado tem que impactar nas comunidades e nas pessoas. É este o nosso propósito”, afirmou Jair Fernandes, destacando os recursos naturais, como praias, montanhas e, sobretudo, as pessoas, como elementos centrais na estratégia de desenvolvimento do sector.
O plano de marketing do Governo, segundo o presidente, reforça essa visão ao promover Cabo Verde internamente e nos grandes eventos internacionais como a FITUR, considerando que a diversificação da oferta é essencial para valorizar o turismo cultural e natural em outras ilhas, como Fogo ou São Nicolau, que combina turismo natural e cultural.
“Estamos a levar Cabo Verde aos grandes eventos mundiais, como as feiras internacionais de turismo, que têm um impacto significativo, como os cerca de 480 milhões de euros movimentados na cidade de Madrid em apenas uma semana”, exemplificou.
Jair Fernandes reconheceu a importância do modelo turístico “all inclusive”, predominante nas ilhas como Boa Vista e Sal, mas defendeu a necessidade de complementar essa abordagem.
“O que temos estado a fazer é incutir nos operadores nacionais a capacidade de tirar o máximo proveito desse modelo. Queremos levar os turistas para fora dos hotéis, às comunidades, aos monumentos, museus e à nossa rica gastronomia”, sustentou.
Outro ponto alto da estratégia, conforme o responsável, é o fortalecimento das parcerias e a aposta na inovação, tendo sublinhado a presença de 16 operadores cabo-verdianos na Fitur, em Madrid, que tiveram de 16 a 20 encontros cada durante os primeiros dias dedicados a negócios.
Além disso, mencionou o impacto de um stand “vanguardista” de Cabo Verde, com realidade virtual 360°, que despertou grande interesse no pavilhão África.
A aposta na formação também é prioritária, com projectos financiados em parceria com o Banco Mundial, reforçando que “a capacitação dos recursos humanos é crucial para transformar localidades em aldeias turísticas e para garantir a qualidade dos serviços oferecidos aos turistas”.
Uma das grandes expectativas nesse momento, é a operacionalização da nova companhia aérea nacional de Cabo Verde que, segundo Jair Fernandes, permitirá novas experiências para os turistas.
“Um visitante na ilha do Sal, por exemplo, poderá, num pacote de sete dias, viajar à ilha do Fogo e voltar no mesmo dia, interagindo com o turismo natural e cultural que o Fogo oferece”, explicou, destacando também a procura internacional pela Cabo Verde Airlines.
“Houve grande interesse de operadores estrangeiros, especialmente espanhóis, para que a companhia realize voos regulares. Isso reflecte a crescente demanda por conectividade com Cabo Verde”, concluiu.
A gastronomia e a cultura foram elementos centrais na promoção do país na FITUR, com a apresentação de música e pratos típicos como a cachupa, o que para Jair Fernandes, “foi uma oportunidade para contar a história de Cabo Verde, mostrando como a diversidade cultural enriquece a oferta turística nacional”.
A 45ª edição da FITUR que decorreu no recinto de exposições IFEMA, contou com a presença institucional de 156 países, atraindo cerca de 250 mil visitantes e teve como país associado, o Brasil.
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