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Défice da balança comercial de Cabo Verde agrava-se em janeiro  
Economia

Défice da balança comercial de Cabo Verde agrava-se em janeiro  

A balança comercial cabo-verdiana foi negativa em 71 milhões de euros em janeiro, um agravamento superior a 50% face ao mesmo mês de 2022, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com o relatório estatística do Comércio Externo do INE, este desempenho foi agravado pelo aumento nas importações, que cresceram 57,5% em janeiro, em termos homólogos, para 8.295 milhões de escudos (75,3 milhões de euros). Já as exportações cresceram 280% no mesmo mês, para 464 milhões de escudos (4,2 milhões de euros), enquanto as reexportações aumentaram 36,7%, para 2.368 milhões de escudos (21,5 milhões de euros).

Com este desempenho, a balança comercial de Cabo Verde voltou a ser negativa em janeiro – como em todos os meses anteriores -, em 7.831 milhões de escudos (71 milhões de euros), contra o défice de 5.146 milhões de escudos (46,7 milhões de euros) no mesmo mês de 2022 (+52,2%).

Cabo Verde importa cerca de 80% dos alimentos que consome, segundo dados anteriores do Governo, devido à seca que afetou o arquipélago nos últimos quatro anos, e a produção de 80% da eletricidade ainda é dependente de centrais a combustíveis fósseis, o que obriga à importação de combustíveis refinados.

No primeiro mês do ano a Europa manteve-se como “o principal cliente de Cabo Verde”, absorvendo cerca de 94,7% do total das exportações cabo-verdianas, nomeadamente Espanha (78%) e Portugal (10,6%), e essencialmente produtos preparados e conservas (85,2%), segundo o INE.

Nas importações, o continente europeu continua a ser, igualmente, o principal fornecedor de Cabo Verde em janeiro, com um peso de 74,5% do total, sobretudo a partir de Portugal (40,4%) e Espanha (19,5%), além de Taiwan (4,4%).

As importações de Cabo Verde aumentaram 25,5% em todo o ano 2022, enquanto as exportações diminuíram 3%, relativamente ao ano anterior, divulgou anteriormente o INE.

De acordo com os dados do comércio externo, em 2022 as exportações de Cabo Verde totalizaram 5.016 mil milhões de escudos (45 milhões de euros), correspondendo a um decréscimo de 3,0% face ao período homólogo.

No ano em estudo, a Europa continuou a ser o principal cliente de Cabo Verde, absorvendo 93,8% do total das exportações do país, um ligeiro aumento em relação ano anterior, que foi de 92,1%.

O arquipélago recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.

Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 impulsiona pela retoma da procura turística. Para 2022, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada de preços, o Governo cabo-verdiano baixou em junho a previsão de crescimento de 6% para 4%, mas revendo em alta em outubro para 8% e depois, no final do ano, para mais de 10%.

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