Empresários da ilha do Maio estão a ponderar organizar uma manifestação no dia 28 de Junho para exigir mais previsibilidade e regularidade nos transportes, apontando os prejuízos provocados pelos sucessivos cancelamentos de voos e pela incerteza no transporte marítimo.
A instabilidade no setor preocupa os operadores económicos, que denunciam perdas significativas nos negócios e um clima de desmotivação geral entre investidores e trabalhadores locais.
Um dos casos é o do empresário Cláudio Buetto, proprietário de um hotel com capacidade para 90 hóspedes, que se encontra encerrado há nove meses.
“Os visitantes já não confiam nos transportes para a ilha. Muitos têm receio de ficar retidos aqui e até perdem voos internacionais. Há quem compre dois bilhetes de regresso, um de avião e outro de barco, por pura insegurança”, relatou, salientando que o seu empreendimento poderia estar a empregar cerca de 20 pessoas.
Também a empresária Alessandra Vettorazzo, que gere um pequeno estabelecimento turístico, tem enfrentado dificuldades. O negócio funciona apenas a meio tempo e a incerteza nos transportes já levou à suspensão de várias reservas.
“Só neste fim-de-semana tive cinco cancelamentos. Isto tem acontecido com frequência. Se a situação continuar assim, a única solução será encerrar o negócio”, lamentou.
Segundo os empresários, os impactos não se restringem apenas à hotelaria. Restauração, comércio e até a própria população estão a sentir os efeitos da paralisação económica.
A presidente da Associação de Empresários e Empreendedores do Maio, Elisângela da Silva, considera que o problema está a comprometer seriamente o desenvolvimento da ilha. Por isso, propõe uma manifestação pública para pressionar as autoridades.
“Queremos que o povo de Maio saia às ruas num grito de socorro económico. A nossa ilha está parada. Há operadores que já fecharam portas e outros a considerar fazê-lo. Isso aumenta o desemprego e coloca em risco o sustento de muitas famílias”, alertou.
A responsável apelou ainda à mobilização da população, sublinhando que “ficar de braços cruzados é ser conivente com a situação”.
O transporte marítimo para a ilha do Maio encontra-se condicionado desde a avaria dos navios Kriola e Liberdadi, e as ligações aéreas têm sido marcadas por sucessivos cancelamentos, agravando a crise no setor.
Comentários
Casimiro centeio, 15 de Jun de 2025
Não há que ponderar , meus senhores !
Protestos é a única arma temos .
Os " caprinos" - " cabras com lata no pescoço" , não têm sentimentos para ninguém!
Vão! Denunciem e manifestem os vossos sentimentos!
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