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Vitória de Guimarães atribui nome de Neno a uma das bancadas do estádio
Desporto

Vitória de Guimarães atribui nome de Neno a uma das bancadas do estádio

A bancada nascente do Estádio D. Afonso Henriques passou a hoje a denominar-se Bancada Neno, anunciou hoje o Vitória de Guimarães, da I Liga portuguesa de futebol, um ano depois da morte do antigo guarda-redes e dirigente.

Apesar do “vazio” deixado pela “perda irreparável” de Adelino Barros, conhecido como Neno no futebol, vítima de morte súbita a 10 de junho de 2021, os vitorianos entenderam, através de um discurso lido pelo seu diretor de comunicação, Nuno Teixeira, “imortalizar” o seu nome num lugar que via como “uma segunda casa”.

“O Estádio D. Afonso Henriques era, para Neno, uma segunda casa. Entendeu, por isso, esta administração imortalizar o seu nome neste estádio. A bancada Nascente passa justamente hoje a chamar-se Bancada Neno”, ouviu-se no interior do estádio, durante a cerimónia de homenagem promovida pelos vitorianos.

Convencida de que Neno foi “uma das personagens mais queridas do Vitória, do desporto e de outros setores da sociedade”, interpretando a “figura de embaixador” como mais ninguém, a administração da SAD do Vitória anunciou também o projeto “Embaixadores do Vitória Sport Clube”, que congrega 17 ex-atletas da instituição, não só de futebol, mas também de basquetebol, de voleibol, de polo aquático e de atletismo.

Com nomes como Abreu, capitão da equipa de futebol nas décadas de 70 e de 80, Flávio Meireles, capitão na primeira década do século XXI, o ex-guarda-redes Douglas, vencedor da Taça de Portugal em 2013, e Manuel Mendes, medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, o projeto quer envolver o clube com iniciativas sociais, transmitindo, em simultâneo, a sua “mística e identidade”.

“Os embaixadores do Vitória são pessoas capazes de influenciar as antigas e novas gerações do Vitoria, por terem representado o clube. A categoria e o compromisso evidenciados asseguram a defesa dos princípios do clube. A sua atuação prevê visitas a escolas, lares e hospitais, utilização de imagem e voz para promoção da marca Vitória, e experiências de jogo no estádio e no Pavilhão Desportivo Unidade Vimaranense”, ouviu-se.

O Vitória de Guimarães vai ainda colocar à venda camisolas de guarda-redes com o nome de Neno, servindo as receitas para ajudar “causas sociais”, algo idealizado pela direção anterior, de Miguel Pinto Lisboa, que cessou funções em março de 2022, após ganhas as eleições pela lista de António Miguel Cardoso.

“Há este cariz social com a camisola do Neno. Honra seja feita à anterior direção, que já tinha esta iniciativa. Espero que o Vitória continue nestes momentos solidários. O Neno vai estar sempre connosco”, realçou o presidente vitoriano no seu discurso.

O dirigente pediu ainda aos 17 ‘embaixadores’ para “abrilhantarem” a memória do antigo dirigente, alguém que “passava o nome do Vitória como ninguém” e que deixou saudades nos jogadores e nos funcionários.

“Ainda vejo pessoas no dia a dia em lágrimas quando se fala do Neno. Representa a mística que, enquanto clube, precisamos”, acrescentou.

Já o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, congratulou o emblema minhoto por “saber eternizar a marca e o terno sorriso de Neno”, a primeira pessoa que lhe ligou quando assumiu o cargo que ocupa, para lhe dar uma palavra de apoio e dizer que “estaria sempre ao seu lado”.

O presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, enalteceu o “espírito olímpico” com que Neno cumpriu a sua carreira de futebolista e a sua presença junto da comunidade de Guimarães, especialmente junto dos “mais frágeis”, a “cantar” com um “rosto de entusiasmo”.

A esposa, Simone Barros, mostrou-se “emocionada” e agradeceu ao Vitória, algo que já fizera em 27 de janeiro de 2022, dia da inauguração de um mural alusivo a Neno, precisamente no exterior da bancada nascente do Estádio D. Afonso Henriques.

Nascido em 27 de janeiro de 1962, na Cidade Velha, em Cabo Verde, Adelino Barros, conhecido como Neno, formou-se no Barreirense e representou depois o Vitória de Guimarães, como futebolista e dirigente, o Benfica e o Vitória de Setúbal, tendo contabilizado nove internacionalizações pela seleção de Portugal.

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