Santiago quer segurança
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Santiago quer segurança

Lembro-me como ontem do outdoor do MPD afixado em Quebra Canela, em plena campanha eleitoral para as legislativas de março de 2016, com o slogan: “SANTIAGO QUER SEGURANÇA”.  

Em letras bem grandes, o outdoor serviu como estratégia de persuasão, para uma mudança política que levaria, na ótica do MPD, pressupostamente, a uma melhor condição social.  

Infelizmente nada disso aconteceu. A violência gratuita, a criminalidade e o sentimento de insegurança nos assombra todos os dias. Há em todo o país indignação em relação a atos de violência cometidos em casa, na vizinhança ou espaços públicos nas nossas cidades.

Uma boa parte de nós já sofreu violência ou foi alvo de algum crime ou tem algum parente, amigo ou conhecido que já foi vítima de algum tipo de violência, que muitas vezes resultam em lesão, morte, dano psicológico ou privação.

Hoje, temos de ponderar melhor onde viver, comprar e socializar baseados nas nossas percepções de relativa segurança dos locais. Passear ou estar na rua para as atividades normais passou a envolver uma série de cuidados obrigatórios.

É um momento de lazer e descontração interrompido por um kasubody ou sequestro. É um estabelecimento comercial assaltado ou apartamento invadido na calada da noite ou mesmo em pleno dia ensolarado, sem falar de outros crimes mais hediondos. Sentimo-nos impotentes, humilhados!

Não nos sentimos seguros e vivemos num clima de medo constante. As precauções simples e saudáveis foram substituídas por uma preocupação crónica. Não conseguimos ter paz nem tranquilidade satisfatória, o que afecta negativamente a nossa qualidade de vida.

As respostas, por parte das autoridades, para não só estarmos seguras, mas, também, para nos sentirmos seguros, tardam em chegar.  Não que a violência e criminalidade antes fossem incontestáveis, mas o sentimento de insegurança piorou significativamente. E não estamos a nos sentir mais seguros porque as fontes dos nossos receios não estão a ser removidas.

A luta contra a violência é uma causa que nos deve mobilizar a todos. Mas nós, que pagamos os impostos, queremos respostas e resultados mais concretos por parte das autoridades, que têm a responsabilidade maior de garantir segurança aos cidadãos. Queremos respostas à medida dos problemas, da natureza das causas dos sentimentos de insegurança.

O Governo tem que reconhecer com humildade que a realidade não é boa comparativamente à promessa feita. E é imperioso que desbrave caminhos para garantir mais tranquilidade para os cidadãos, porque sem isso tudo se perde. PERDEMOS TODOS!

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SOBRE O AUTOR

Carlos Tavares

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