Unitel T+ contra dependência da CV Telecom e quer acesso à rede submarina
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Unitel T+ contra dependência da CV Telecom e quer acesso à rede submarina

A operadora Unitel T+ criticou esta quarta-feira, 15, a “dependência de um único” provedor de internet em Cabo Verde, reclamando um “acesso igualitário à rede básica” de telecomunicações como prevê a lei, nomeadamente aos cabos submarinos.

Em comunicado, a operadora detida pela angolana Unitel em Cabo Verde reagia ao incidente que desde sábado está a condicionar o acesso às telecomunicações de voz e internet no país, após um incêndio no edifício da estatal CV Telecom que, por sua vez, assegura o acesso aos cabos submarinos e ligações internacionais, num diferendo que as duas operadoras mantêm há algum tempo.

A operadora privada refere, no comunicado divulgada esta quarta-feira, que este é o segundo incidente “grave” com “cortes totais de comunicação” só este ano, “devido à dependência de um único e exclusivo provedor de capacidade e de internet”, problemas “que seriam evitados se a Unitel T+ tivesse acesso igualitário à rede básica, conforme é garantido pelas leis”.

Em causa, neste último incidente, esteve um incêndio, de origem desconhecida, numa sala de retificadores da CV Telecom, na cidade da Praia, ilha de Santiago, ocorrido na noite de sábado e que afetou as comunicações também da Unitel T+ (além da operadora estatal).

A Unitel T+ garante que, no seu caso, o acesso às telecomunicações foi restabelecido totalmente no domingo à noite, mas persistem dificuldades de comunicações de voz, da rede fixa e de dados, na rede da CV Telecom e CV Móvel.

Neste cenário, a Unitel T+ recorda que opera em Cabo Verde, em todas as ilhas, há 12 anos, tendo já investido 50 milhões de euros e criado “centenas de postos de trabalho diretos e indiretos”.

“No entanto, o atual mercado, apresenta-se desigual, onde prevalece um grande desbalanceamento e desequilíbrio, sem respeito pelas leis nacionais e internacionais, especialmente as que definem o acesso livre e aberto às estações de cabos submarinos para extrair capacidade internacional”, acusa a operadora privada, afirmando que este contexto "vem prejudicando uma sã e justa concorrência" e o desenvolvimento dos seus serviços.

A operadora lembra que “sempre defendeu em conjunto com todos os parceiros internacionais” um modelo de exploração das infraestruturas de telecomunicações do país “assente numa separação estrutural em detrimento de uma separação funcional”, modelo este que “prevalece até ao momento e que não permite uma gestão transparente e eficiente das infraestruturas críticas e irreplicáveis do país”, para permitir “uma maior transparência e eficiência para o mercado e uma concorrência saudável”.

“Mas, esta realidade tarda em acontecer, com enormes prejuízos para a Unitel T+, os seus clientes e para todos os cabo-verdianos”, adianta a operadora, que “apela às autoridades que têm o dever do cumprimento escrupuloso da lei que façam valer as leis do país e o próprio princípio de desenvolvimento da economia digital, e que permitam o acesso às estações de cabos submarinos”.

“Acreditamos que, só assim, o país estará em condições de atingir os objetivos do Governo, a banda larga como bem essencial e tornar-se numa importante plataforma de serviços que impulsione a economia digital”, remata o comunicado.

Com Lusa

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