A Plataforma da Sociedade Civil para Saúde em Cabo Verde apresentou hoje na Cimeira Regional sobre o VIH Pediátrico na África Ocidental e Central, que acontece em Acra (Gana) de 20 a 22 de Novembro, as boas práticas do país na luta contra transmissão vertical (de mãe para filho) do VIH. A apresentação esteve a cargo de Paula de Azevedo Ramos, psicóloga e membro da Associação Cabo-verdiana para Protecção da Família (VERDEFAM), organização que coordena a referida plataforma.
Em declarações à imprensa, Paula de Azevedo Ramos, disse ter falado sobre o VIH pediátrico em Cabo Verde e também sobre o contexto do VIH no seu todo, desde os inícios, ressaltando que há mais de 30 anos que o país está nessa senda.
“Nós falamos do contexto actual. Isso com base nos dados disponibilizados pelo CCS-SIDA e também pelo INE. O contexto actual é que nós estamos com uma taxa de prevalência a nível geral de 0,6%, em contexto do VIH no seu todo. Especificamente, no contexto do VIH pediátrico, temos uma prevalência de 0,2%, o que nos deixa estar confortáveis”, continuou.
Mesmo assim, esta especialista defende que o país tem ainda o desafio de eliminar totalmente a transmissão vertical, uma vez que prevalece em Cabo Verde uma média de 3% de crianças, geradas de mulheres seropositivas, que nascem com VIH.
“Mas também nós podíamos falar, portanto, dos 97% que não nascem com VIH, portanto, não nascem devido à actuação que nós temos centrada também no teste diagnóstico e também da intervenção do tratamento anti-retroviral para 100% das grávidas detectadas seropositivas”, ressaltou.
Paula de Azevedo Ramos falou ainda do estigma e dos preconceitos que ainda existem no país em relação ao vírus o que, afirmou, tem condicionado toda esta luta.
“É um trabalho longo e lento que nós continuamos a fazer, mas ainda persiste. Há ainda muito estigma e muitos mitos à volta da doença e do vírus. A nossa intervenção enquanto sociedade civil é contribuir para a eliminação da transmissão vertical, mas até 2030 nós temos como meta a erradicação total doença em Cabo Verde”, reforçou.
Em relação ao evento de Acra, promovido pelo Instituto da Sociedade Civil para a Saúde em África Ocidental e Central (Civil Society Institute for Health in WCA – em inglês), Paula de Azevedo Ramos comentou que está a ser interessante em termos de boas práticas, estratégias e envolvimento.
“Isto no sentido de nós trabalharmos com mais força, portanto, o nosso exemplo que nós trouxemos aqui, é um exemplo de engajamento, então, que é a sinergia das forças, porque, nós acreditamos que é isso que faz com que nós não deixemos ninguém para trás. Nessa luta, que é de todos, a intervenção de todos é necessária e é importante”, concluiu.
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