Cabo Verde quer apoio dos EUA para montar direcção de investigação criminal
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Cabo Verde quer apoio dos EUA para montar direcção de investigação criminal

A Polícia Nacional (PN) de Cabo Verde quer contar com o apoio da congénere de Boston, nos Estados Unidos, para montar a sua Direcção de Investigação Criminal, disse hoje fonte cabo-verdiana, esperando melhorar o desempenho da corporação.

O desejo foi manifestado pelo director da Polícia Nacional de Cabo Verde, Emanuel Moreno, em conferência de imprensa conjunta com uma delegação do Departamento da Polícia de Boston (BPD, sigla em inglês) que se encontra no país há cinco dias para reforçar a cooperação.

Segundo Emanuel Moreno, umas das áreas em que a polícia de Boston poderá ajudar Cabo Verde é na montagem da sua Direcção de Investigação Criminal, resultante da alteração feita recentemente à orgânica da instituição policial.

O director disse que até agora o trabalho tem sido feito pela Brigada de Investigação Criminal, em colaboração com a Polícia Judiciária (PJ), e tem dado "bons resultados", mas que nos próximos tempos a PN pretende montar a sua própria direcção de investigação.

"Com este apoio iremos conseguir melhorar ainda mais o desempenho da PN", frisou Emanuel Moreno, notando a "estreita colaboração" das autoridades norte-americanas com a PJ nesse domínio, que considera poderá ajudar a PN, que está em todos os 22 concelhos do arquipélago.

Policiamento comunitário, reforço do conhecimento, troca de informações, oferta de equipamento, formação, uso das redes sociais são outras áreas que as duas forças policiais discutiram e identificaram para possível cooperação.

"Temos aqui áreas em que podemos desenvolver, que consideramos importantes para o apoio da Polícia Nacional no combate à criminalidade", sustentou o director, que pretende retribuir a visita para obter mais experiência sobre acções a serem executadas em Cabo Verde.

O director da PN disse que a questão da comunidade cabo-verdiana em Boston foi outro dos assuntos abordados, tendo em conta os vários crimes praticados na cidade americana, levando em muitos casos a deportação dos condenados para Cabo Verde.

Sobre este assunto, a PN assinou na semana passada, em Washington, um acordo com o Departamento Americano da Segurança Interna para acesso e troca de informações sobre os antecedentes criminais dos cabo-verdianos condenados por crime, que é visto como uma forma de prevenção e combate à reincidência e evitar a deportação.

O superintendente e chefe do Departamento da Polícia de Boston, William Gross, sublinhou os "mesmos desafios" partilhados com Cabo Verde, dizendo que juntos poderão lutar contra o crime e defender as comunidades.

Sobre os crimes em Boston, William Gross disse que são praticados por apenas 2% da comunidade cabo-verdiana e que os restantes estão bem integrados na cidade mais populosa do estado norte-americano de Massachusetts, onde residem muitos cabo-verdianos e descendentes.

Um deles é Emanuel Canuto, filho de pai cabo-verdiano e há 15 anos na polícia de Boston, que também disse que os crimes são praticados por "poucos" cabo-verdianos, mas salientou que é preciso um trabalho conjunto e para evitar mais casos.

Referindo que há problemas com todas as restantes comunidades estrangeiras em Boston, Emanuel Canuto disse que o policiamento comunitário tem ajudado a reduzir a criminalidade.

A primeira visita da Polícia de Boston a Cabo Verde foi financiada e organizada pelo Escritório de Assuntos Internacionais e Narcóticos e Direito do Departamento de Estado norte-americano.

Com Lusa

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