Abandonados pelos EUA, a corrida armamentista europeia trará um investimento no setor militar e da defesa, que acontecerá muito provavelmente às custas do estado de bem-estar-social, com previsíveis cortes na saúde e educação, mas também será natural as ajudas ao desenvolvimento estrangeiro da qual Cabo Verde será impactada caso nacionalismo e protecionismo cheguem também a europa. A África não está "vazia", a China aparece como principal parceiro econômico da esmagadora maioria dos países, enquanto a Rússia continua com forte presença militar na região, e os laços das ex-colônias com suas respectivas metrópoles são hoje totalmente diferentes de há um século atrás.
“Aquele que salva seu país não viola nenhuma lei”, postou Trump no X.
Chamada telefónica dia 13 de fevereiro entre Putin e Trump, acordando as bases para a paz na Ucrânia em 2 grandes tópicos (aceitava anexação de território, e veto de Kiev a NATO), um movimento que alterou completamente o cenário geopolítico europeu e mundial, com os USA a abandonarem aliados históricos e estratégicos de longa data em detrimento de objetivos imediatos, deixando os aliados europeus da NATO e a Ucrânia expostos, afinal sem o apoio dos EUA, não existe chances de vitoria na guerra, que diga-se de passagem a Ucrânia vem sendo lentamente derrotada e conquistada pelos russos no teatro das operações, este movimento dos EUA em reconhecer as alegações russas, impõe de fato os termos da capitulação da Ucrania.
Trump e a sua visão geopolítica
Trump representa uma parte do establishment americano que perdeu dinheiro e influência com a globalização, enfraquecidos diante da concorrência internacional especialmente para a China, neste ambiente formou-se nos EUA uma demanda politica por protecionismo, tanto da parte dos empresários que perderam o monopólio do mercado americano e incapazes de concorrer com a China mundo afora, e por parte da classe trabalhadora que com o deslocamento das fabricas perdeu emprego, renda e estabilidade, é essa massa, esse grupo politico que Trump personifica e representa, um nacionalismo americano fechado ao mundo, algo impensável para muitos, tendo em conta que foram os EUA, os principais defensores e executores do modelo globalista vigente até então, esse é apenas uma das bases do projeto politico de Trump que não se resume a economia.
O sistema que estava vigente até ontem
Após sair vencedor da II Guerra Mundial os EUA investiram deliberadamente na construção de uma ordem mundial onde todas as antigas potencias estiveram integradas, para enfrentar a ameaça comunista da URSS, que foi a outra superpotência saída da segunda guerra, que não mais era o único país socialista, mas também capitaneava um conjunto de países na Europa e na Ásia, em contrapartida com os EUA. Outro grande impulso era a internacionalização das empresas americanas com profundos investimentos e aquisições, principalmente na Europa e na Ásia, e, por fim, as disputas ao confronto armado como forma de resolução de conflitos e disputas entre as ex-potências coloniais. O sistema trouxe benefícios e custos aos EUA, para manter esse sistema vigente os EUA sustentou os custos e fez conceções para manter o sistema funcionando.
Duas realidades mudaram, a queda da URSS e do bloco socialista fez desaparecer um competidor e alternativa politica e económica aos EUA, e fato da economia americano perder força ao ponto de ser ultrapassada pela China.
Nesta conjuntura surge Trump, como objetivo público e declarado de defender os objetivos diretos e imediatos dos EUA e dando total enfoque ao nacionalismo isolacionismo que deixa para trás ou abre mão de aliados históricos quando isso for do interesse dos EUA, com a guinda dos EUA passando de principal ator na globalização e para um politica nacionalista e protecionista, com isto os custos da segurança da EU, diga-se de passagem NATO, estão longe de ser prioridade em Washington, Trump não vê a Rússia como ameaça ao interesses americanos e os europeus é que devem arcar com os custos da sua segurança.
A estratégia de Trump contraria a de Biden isolamento de Rússia Trump não vê a Rússia como inimiga, mas sim como um possível parceiro comercial que não compete no mercado internacional diretamente com os EUA, em vez disso Trump prefere ter a Russia como aliada para se central no embate a China essa sim vista como um ameaça a hegemonia americana, é com este calculo com estas bases é que Trump olha o tabuleiro geopolítico mundial, então não faz qualquer sentido para Trump isolar a Russia uma vez que essa naturalmente vai se aliar a China, como já aconteceu é pensando em minar cotar as relações entre Pequim e Moscovo que Trump apresenta os termos do cessar fogo na Ucrania, temendo neutralizar Moscovo e combater Pequim, num mundo dividido em 3 grandes blocos, o Americano, o Russo e o Chines, numa visão que tira a Europa do centro da politica Mundial, lugar que ocupou por mais de 10 mil anos.
Se Trump conseguirá implementar a sua agenda o tempo dirá, bem como que papel jogará a europa como bloco e particularmente como este novo cenário político afetará Berlim, Paris e Londres e qual impacto terá nas suas políticas internas, onde o nacionalismo já está presente em todos os parlamentos.
Abandonados pelos EUA, a corrida armamentista europeia trará um investimento no setor militar e da defesa, que acontecerá muito provavelmente às custas do estado de bem-estar-social, com previsíveis cortes na saúde e educação, mas também será natural as ajudas ao desenvolvimento estrangeiro da qual Cabo Verde será impactada caso nacionalismo e protecionismo cheguem também a europa. A África não está "vazia", a China aparece como principal parceiro econômico da esmagadora maioria dos países, enquanto a Rússia continua com forte presença militar na região, e os laços das ex-colônias com suas respectivas metrópoles são hoje totalmente diferentes de há um século atrás.
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