José Maria Veiga, antigo presidente do Conselho de Administração do INPS e ex-ministro da tutela da transportadora aérea nacional, revelou esta quinta-feira, 8, à Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga as contas da TACV de 1975 a 2016, que a operadora tem tido resultados negativos desde 1995. Entretanto, recinheceu que o INPS hganhou dinheiro ao subscrever as obrigações lançadas pela TACV no valor de 475 mil contos.
José Maria Veiga considera que esta operação de subscrição foi “bem-sucedida”, tendo o Instituto Nacional de Previdência Social recuperado para além do montante investido, devido à taxa de juro de 6,5 por cento (%). Segundo ele, à época em que foi PCA do INPS, a instituição tinha cerca de 11 milhões de contos à ordem nos bancos, porque estes não conseguiam remunerar estas reservas do Instituto.
E para rentabilizar estes fundos, prossegue o ex-gestor do INPS, alguma parte foi aplicada em obrigações do Estado com o devido aval do Governo. “Não há aplicação mais segura do que as obrigações do Estado, desde que tenha aval do Governo”, assegurou o antigo gestor do INPS.
Na sua perspectiva, um gestor não pode dar-se ao luxo de deixar o dinheiro a “apodrecer no banco” e, tendo uma oportunidade para o aplicar e não o faz. Deixou entender que os 475 mil contos aplicados permitiram “rentabilizar os recursos do INPS”.
Embora tivesse sido convocado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na qualidade de ex-PCA do INPS, disponibilizou-se para responder às questões relacionadas com a TACV, já que foi também ministro de tutela da transportadora aérea nacional. “Das informações que tenho, desde 1995 é que a TACV não teve resultados positivos”, disse, acrescentando que foi um “acumular de situações” que levou a companhia aérea de bandeira a ter dificuldades em honrar os seus compromissos.
Revelou que a ex-ministra das Finanças, Cristina Duarte, “não tinha acções directas sobre os TACV” e que isto só veio a acontecer, porque, caso contrário, a empresa dos transportes aéreos “pararia”.
Questionado, se aplicação dos fundos financeiros do INPS foram para ter lucro, ou para salvar os TACV, afirmou que o objectivo foi no sentido de obter lucros, porque fê-lo com o aval do tesouro. “Se não tivesse aval do Estado, o INPS não entraria”, indicou José Maria Veiga, acrescentando que em caso da falência da empresa a instituição “nunca perderia o dinheiro investido”, porque é o próprio Estado que deu esta garantia.
Com Inforpress
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