• Praia
  • 29℃ Praia, Cabo Verde

AS TRAPALHADAS LINGUÍSTICAS E A DERIVA LIBERTINA DE SAMILO MOREIRA NO SANTIAGO MAGAZINE

Eu tenho por mim que a velhice não é uma inutilidade, mas sim uma lâmpada incandescente e virtuosa que ilumina e guia para a vereda do conhecimento e da verdade. Quem despreza a idade despreza aqueles que lhe transmitiram a vida e despreza a história da sua família e do seu povo. Orgulham-me os meus 60 anos de idade, tão viçosos e viris, com provas dadas. Com esta idade de oiro sou pai de uma criança de 4 anos de idade e outra a caminho. Portanto Samilo, estou completo, em tudo, em lucidez e em consistência física, anatómica, biológica e psíquica para o confrontar de igual por...

A falácia da liberdade de imprensa

Toda a gente fala da liberdade de imprensa, direi mesmo que este é o tema recorrente da última semana. De uma ponta a outra do espectro político, passando pelos opinadores de serviço e indo até algumas lêndeas do jornalismo, tecem-se loas, cantam-se hinos ou exibem-se números manipulados segundo os diversos interesses particulares ou as conveniências das variadas freguesias.

Os jornalistas e a política

Parece que o “grande debate” nas redes sociais crioulas é, nestes dias, a relação dos jornalistas com a política e os políticos. Apeteceu-me entrar neste debate colocando algumas questões de princípio, para que, de algum modo, se clarifiquem posições e se possa, de facto, polemizar de forma séria e elevada – o que não me parece estar a acontecer até agora (perdoem-me esta arrogância…). No entanto, sem muita esperança.

Heroísmo, ingratidão e traição

Há um tempo, estava eu muito entediado. Calhou o enfado numa tarde abafada, sinistra e baça, com borrifos à mistura. Então, optei por meditar um pouco. Ainda por cima era uma aziaga sexta-feira treze. Uma perversa e tenebrosa coincidência, que me tem marcado a vida, indelevelmente. Alguns dos meus melhores anos e sonhos foram caindo e esvanecendo nas brumas desta funesta conjugação. Pode ser que o ditado popular não esteja certo nem seja digno de crédito, mas, para mim, é uma sobreposição de verdadeiro holocausto pessoal. Todos os passos que dei em falso e toda a fortuna que...

Guiné Equatorial, uma mácula na CPLP

Em 2014, quando o país em referência foi admitido como membro de pleno direito no seio da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), houve muitas respeitáveis e venerandas personalidades, sobretudo as do mundo da cultura e da defesa dos direitos humanos, que se insurgiram, indignadas, e fizeram ecoar a sua humana e ponderada voz de discordância contra tal decisão, que consideravam vergonhosa. As pessoas alegavam, entre outras coisas, que, não sendo um país de expressão portuguesa, a Guiné Equatorial não tinha nada que entrar para a comunidade. E com razão, julgamos...

Epístola à minha pulcra amiga Hosana

"Amiga, só amiga", diz-me ela. Sussurro que lhe saiu duma voz embargada e trémula. E continua "foi Deus que conspirou contra a tua pretensa decisão de me quereres. E eu, coitada de mim, apenas anui nesse sentido". De cabeça baixa, rente à gola de vestido de cor púrpura e, quiçá de seta já no imo, dissimula "sou enredada e não te posso esperançar". Esboça um gesto, tocando ligeiramente o fetiche de metal que tem no dedo, com denguice e com carícia, para meigamente me arrasar "afasta-te de mim, oh meu zeloso descaminho!". E faz isso num acesso fulminante de improviso e num...

Fim do mito do governo enxuto, sete secretários de estado e um “drops” para Mindelo

1. Com a queda do “mito do governo enxuto”, há, ainda, dois aspetos que importam reter. Primeiro, é preciso deixar claro que não vale a pena tentar desviar a culpa do falhanço do governo para a questão do “número de ministros”, mas, manter bem presente “quem” tomou essa decisão de fixar esse número reduzido. Que se lembre sempre que a decisão quanto à quantidade de ministros foi do chefe do governo, o mesmo que fez toda a sua campanha eleitoral também com base nessa falácia superficial e populista. Segundo, que a sociedade cabo-verdiana aprenda isto para quando...