A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou hoje que “não há razão para não usar” a vacina contra a covid-19 da AstraZeneca, após a sua utilização ter sido suspensa em vários países europeus como medida de precaução.
“Sim, devemos continuar a utilizar a vacina da AstraZeneca. Não há razão para não a usar”, disse a porta-voz Margaret Harris, numa conferência de imprensa em Genebra.
Dinamarca, Islândia e Noruega anunciaram na quinta-feira a suspensão das injecções da vacina da AstraZeneca contra a covid-19, invocando “precaução”, medida seguida já hoje, também, pela Bulgária.
A agência nacional de saúde dinamarquesa, a primeira a anunciar a decisão, invocou a precaução devido a “casos graves de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas”, embora “até ao momento” não tenha sido estabelecida qualquer ligação entre a vacina e os coágulos.
Já no início desta semana, a Áustria parou de administrar um lote de vacinas da AstraZeneca após a morte de uma enfermeira, de 49 anos, devido a “graves problemas de coagulação” alguns dias após ter sido vacinada.
O laboratório anglo-sueco e o Governo britânico reagiram na quinta-feira, defendendo que a vacina é “segura e eficaz”.
Por sua vez, a porta-voz da OMS sublinhou que os especialistas da organização estão a analisar a informação sobre a formação de coágulos sanguíneos, mas referiu que, por enquanto, não foi estabelecida qualquer relação de causa-efeito.
“Qualquer alerta de segurança deve ser alvo de investigação. Temos que assegurar que estudamos todos os alertas de segurança quando distribuímos as vacinas e temos de passar por eles, mas não existe qualquer indicação para não utilizar [as vacinas]”, frisou Harris.
Cabo Verde recebeu na madrugado de hoje os primeiros lotes da vacina da Astrazeneca, um dotal de 24 mil doses, às quais se juntarão, no próximo dia 15, mais 5.850 da Pfizer e outros 80 mil da Astrazeneca “a chegar brevemente”.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse hoje, na Cidade da Praia, que o País está preparado para investir aquilo que for necessário e ter mais de 70% da população vacinada contra a covid-19 ainda este ano, durante o acto de recepção das primeiras vacinas do organismo Covax, desembarcadas nesta madrugada no Aeroporto Internacional Nelson Mandela.
Comentários