O Governo voltou a prorrogar, por mais quatro meses, a compensação estatal em vigor destinada a manter fixo o preço do milho e evitar uma subida de 23%, conforme resolução consultada hoje pela Lusa.
“Cabo Verde continua enfrentando os efeitos da pandemia da covid-19, da guerra na Ucrânia e da crise inflacionária, impactando de forma negativa o sistema agroalimentar, mormente, o preço dos produtos alimentares de primeira necessidade (PÁPN), da matéria-prima para a ração animal e a própria segurança alimentar e nutricional das famílias”, justifica-se na resolução aprovada terça-feira em Conselho de Ministros e que produz efeitos em 01 de abril.
Acrescenta-se que “considerando os dados atualizados dos preços, dos ‘stocks’ do milho, da atividade pecuária e da situação alimentar e nutricional no país”, se a medida – aprovada em março de 2022 e prorrogada por três meses no final do ano - “fosse descontinuada”, o saco de cinquenta quilogramas de milho de segunda passaria a custar 2.900 escudos (26,20 euros).
“O que significaria mais 541 escudos [4,90 euros, equivalente a um aumento de 23%] para os compradores deste produto. De realçar que mais de 85% do milho de segunda importado destina-se ao fabrico da ração animal, o que explica o impacto ainda negativo e significativo da descontinuidade da medida no sistema agroalimentar. Nesta conformidade, o Governo decidiu pelo seu prolongamento por mais quatro meses, sempre na condição de voltar a analisar a sua pertinência, em função da conjuntura”, lê-se.
A decisão de prorrogação da medida adicional compensatória, segundo o Governo, tem o impacto financeiro superior a 92,9 milhões de escudos (839 mil euros) e permitirá manter o valor nos importadores em 2.360 escudos (21,30 euros).
“É prorrogado por um período de quatro meses o prazo de vigência da medida adicional compensatória que visa a manutenção do preço do milho, devido à escalada de preço deste produto no mercado internacional, na decorrência da crise provocada pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia”, aponta o Governo.
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